São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994
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Em Huatajata, aerobarcos levam ao Peru

CARLOS KAUFFMANN
DO ENVIADO ESPECIAL À BOLÍVIA

Muitas das tradições inca e aimará estão expostas no hotel Inca Hutama, em Huatajata, na beira do lago Titicaca. O complexo de atrações vai de museus a um observatório astronômico.
A aparência de um hotel como outro qualquer –um "lobby" de entrada comum, quartos sem luxo, mas confortáveis– vai se apagando à medida que se explora seus arredores.
A primeira diferença está no pequeno cais em frente ao hotel. De lá parte o único serviço de aerobarcos que cruza o lago para Puno e Juli, no Peru, ou Copacabana, do lado boliviano.
O museu do Altiplano, na entrada do porto, dá uma idéia geral ao turista dos povos que habitaram a região. Com o auxílio de um "walkman", o visitante percorre mapas e maquetes de templos de Tiahuanaco. Manequins vestidos de incas e espanhóis completam o cenário.
O mais interessante é o museu Kallawaya, termo que designa os mestres da medicina popular, cujos descendentes habitam o nordeste do lago. Suas técnicas de cura ainda são utilizadas pela população local.
Boa parte da farmacopéia kallawaya –mais de 200 plantas e produtos naturais- encontra-se no museu, acompanhados por quadros que indicam a finalidade terapêutica de cada um.
Ao fim da visita, um autêntico kallawaya lê o futuro para os interessados –em troca de alguns pesos bolivianos– lançando folhas de coca sobre um pano.
No observatório El Alajpacha, constelações consagradas pela astronomia ocidental são comparadas às que eram observadas pelos aimarás . O Cruzeiro do Sul assemelha-se, num piscar de olhos, a uma imensa cabeça de lhama, por exemplo.
A poucos metros dali chama a atenção uma réplica de igrejinha camponesa. Ao centro, ressalta o altar, cercado de ex-votos e pedidos de milagres como casamentos.
Outras reproduções se seguem, como casas populares, fornos e "chullpares" (torres de pedra onde eram depositados os mortos).
O destaque fica para a cópia fiel do Ra 2, embarcação utilizada pelo norueguês Thor Heyerdahl numa expedição que cruzou o Atlântico em 1970.

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