São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994
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Ex-caçador já matou 363 onças

CARLOS MAGNO DE NARDI
DO ENVIADO ESPECIAL

Depois de quase 40 anos matando onças a serviço de fazendeiros da região, Celestino Prudêncio da Silva, 69, aposentou a zagaia –espécie de lança indígena– em 1977 e hoje acompanha turistas em reservas e fazendas pantaneiras.
Celestino, que diz "gostar" de todos os animais, se tornou onceiro, como são chamados os caçadores de onça, por amor.
Aos 14 anos, ele começou a namorar uma garota da região, com quem mais tarde se casaria, e logo foi descoberto pelo futuro sogro.
Flagrado, Celestino foi obrigado a passar por uma série de testes para provar coragem e habilidade.
Um desses testes era justamente caçar onças. Depois da primeira, Celestino percebeu que poderia ganhar dinheiro com a caça e passou a matá-las por encomenda de fazendeiros furiosos com o desaparecimento de bois do pasto.
Auxiliado por cães, armas de fogo e a inseparável zagaia, Celestino diz ter caçado 88 onças-pintadas e 275 pardas.
Hoje, as onças, defendidas pela legislação e pelo espírito de preservação, correm menos perigo.
Menos porque, vivas e longe das margens dos rios onde são vistas, elas chegam a valer cerca de US$ 25 mil (CR$ 58,9 milhões) no mercado negro europeu e norte-americano.
(CMaN)

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