São Paulo, sábado, 25 de junho de 1994
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Promotora diz que vai abrir inquérito

DA SUCURSAL DO RIO

A promotora Léa Freire disse que vai abrir inquérito civil para ouvir a Souza Cruz sobre a produção de cigarros com o tabaco Y-1 no Brasil.
Léa Freire é integrante da equipe de Proteção ao Consumidor da Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Rio.
O tabaco Y-1 apresenta o dobro do teor de nicotina registrado em fumos considerados comuns. Esse tabaco com mais nicotina estaria sendo usado para causar maior dependência.
Na terça-feira, David Kessler, diretor da Food and Drug Administration (FDA) –agência dos EUA responsável pelo controle de produtos alimentícios e medicamentos–, acusou a Brown and Williamson de fabricar cigarros com níveis de nicotina superiores aos encontrados na natureza.
O presidente da empresa, Thomaz Sandefur Jr., negou a elevação do teor da nicotina.
A Souza Cruz, empresa associada da Bronw and Williamson, teria comandado a operação no Brasil.
Se for comprovada a produção de cigarros com Y-1 no país, Léa Freire encaminha o caso para um juiz, que pode indiciar a Souza Cruz.
"Sempre que se tem notícia de que algo errado está acontecendo com o consumidor, abrimos processo", disse a promotora.
"O mínimo que a empresa tem que fazer, neste caso, é avisar ao cliente sobre o tipo de fumo que está sendo usado no cigarro."
A promotora disse que vai averiguar junto aos órgãos de vigilância sanitária e saúde pública sobre as regras existentes para colocação de produtos de tabaco no mercado.

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