São Paulo, domingo, 26 de junho de 1994
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Senado poderá ter composição mais à esquerda

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Na próxima legislatura, o Senado Federal poderá ter uma composição mais à esquerda do que a atual. A possibilidade surge da última pesquisa do Datafolha.
A pesquisa, feita em dez Estados e no Distrito Federal, atesta que os partidos mais à esquerda (PT, PDT, PPS) têm a possibilidade de ampliar suas bancadas. Cada Estado elege dois senadores em outubro.
O PT, por exemplo, lidera a corrida pelo Senado Federal no Rio (Benedita da Silva), Minas (Virgilio Guimarães) e disputa com boas chances no Distrito Federal (Lauro Campos) e em São Paulo (Luiza Erundina).
Para se ter idéia do que representa a perspectiva de eleição desses candidatos, registre-se que o PT tem hoje um único membro no Senado: Eduardo Suplicy (SP).
A pesquisa, no caso do PT, revela descompasso entre os integrantes do partido que tentam vagas no Senado Federal e os que concorrem aos governos estaduais. Nenhum candidato a governador pelo PT, nos Estados pesquisados, lidera a disputa.
O PDT, embora não lidere em nenhum dos Estados pesquisados pelo Datafolha, também pode aumentar sua representação.
Lucio Alcântara (CE), Marcelo Miranda (MS) e Aldo Pinto (RS) são os pedetistas que iniciam bem a disputa por uma vaga no Senado.
Se a eleição fosse hoje, até o pequeno PPS elegeria seu primeiro senador. Roberto Freire idera com folga a disputa em Pernambuco.
Já os partidos de centro-esquerda (PMDB e PSDB) provavelmente sofrerão uma redução em suas bancadas (infladas pelo Plano Cruzado em 1986), mas mesmo assim eles devem manter o maior número de vagas no Senado.
O PSDB lidera em São Paulo (José Serra) e Mato Grosso do Sul (Ludio Martins Coelho). Os tucanos têm, ainda, a segunda colocação em Pernambuco (Carlos Wilson) e Bahia (Waldir Pires).
Mal, pelo menos por enquanto, na eleição presidencial, o PMDB mostra na corrida dos senadores que ainda tem cacife.
São peemedebistas os líderes no Rio Grande do Sul (José Fogaça), Paraná (Roberto Requião) e Ceará (Mauro Benevides). No espectro político, Fogaça e Requião são rotulados como membros da centro-esquerda.
O PMDB ainda concorre com chance no Rio Grande do Sul (Cézar Schirmer), Santa Catarina (Casildo Maldaner) e Pernambuco (João Coelho).
O PFL se segura na pesquisa sobre Senado Federal graças a três ex-governadores.
Antônio Carlos Magalhães (Bahia) e Vilson Kleinubing (Santa Catarina) estão na dianteira em seus Estados e Francelino Pereira inicia bem a corrida pelos votos mineiros.
Outro dado que chama a atenção na pesquisa, além da possibilidade de os partidos de centro-esquerda crescerem no Senado, é o número de ex-governadores que poderão ganhar cadeiras.
Fora os três pefelistas, são ex-governadores Carlos Wilson, Waldir Pires, Casildo Maldaner e Marcelo Miranda.
O PP confirma a sua força no Paraná e no Distrito Federal, com Osmar Dias e Márcia Kubitschek , respectivamente. Pode, também, manter as cadeiras de Nelson Carneiro, no Rio, e de Saldanha Derzi, no Mato Grosso do Sul.
A esperança solitária do PL, nos Estados pesquisados, é Romeu Tuma, em São Paulo.

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