São Paulo, domingo, 26 de junho de 1994
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Doze moedas poderão comprar jantar com cerveja importada

FILOMENA SAYÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Na era do real, será possível fazer uma compra de conveniência em supermercado apenas com moedas. Atualmente, por causa da inflação, elas mal servem para troco. Com a nova moeda, elas voltarão à cena com força.
Se tomarmos como exemplo os preços em URV do supermercado Sé da praça Panamericana, Alto de Pinheiros, zona oeste, vê-se que com quase R$ 3 não será difícil preparar um jantar modesto –mas com direito a sobremesa e a bebida importada.
Ingredientes: um pé de alface, 0,13 URV; um pacote de macarrão Adria 500 gramas, 0,80 URV; uma lata de molho de tomate Pomarola da Cica 350 gramas, 0,92 URV. O abacaxi estava sendo vendido na terça-feira passada por 0,45 URV e a lata de cerveja norte-americana Schlitz, 0,69 URV.
Total: 2,99 URVs, ou, quando o real vigorar, doze moedas: duas de R$ 1, uma de R$ 0,50, quatro de R$ 0,10, uma de R$ 0,05 e quatro de R$ 0,01. Quem preferir carregar menos moedas no bolso, pode usar três moedas de R$ 1 e ainda levar troco de R$ 0,01.
Segundo o subgerente do supermercado, Cinésio da Silva Gomez, 37, o computador mostra que dos cerca de 7.200 itens da loja, aproximadamente 1.000 são vendidos atualmente por até 1 URV.
Com o retorno da moeda, o país vai viver uma rotina de Primeiro Mundo –onde elas valem mesmo.
"Quando a gente viaja para os EUA ou Europa é que a gente vê como é importante carregar moedas. Quando o real vigorar, pretendo utilizá-las bastante", disse a professora Gilda Maria Martins, 50, enquanto pagava suas compras.
A caixa Vilma Barbosa, 23, diz que atualmente pessoas mais velhas costumam usar moedas como pagamento. "Mas elas reclamam de recebê-las de troco."
Quem ainda pensa que o metal não terá valor, precisa ficar mais atento. Com moedas de até R$ 1 será posssível comprar uma garrafa de água mineral de 1,5 litro, um torrone com frutas, uma lata de óleo de algodão, um sabonete, uma cerveja ou aparelhos de barbear descartáveis.

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