São Paulo, domingo, 26 de junho de 1994
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Há 80 anos, 1a. Guerra começava em Sajevo

DA REDAÇÃO

Há 80 anos, 1ª Guerra começava em Sarajevo
Em 28 de junho de 1914, um assassinato em Sarajevo deu início à Primeira Guerra Mundial. Oitenta anos depois, sérvios, croatas e muçulmanos convivem nos escombros da cidade sob um tenso cessar-fogo vigiado pela ONU.
A capital da Bósnia é hoje um pólo de desequilíbrio no cenário europeu como no início do século.
Em 1914, nacionalistas sérvios decidiram que a morte do arquiduque Francisco Ferdinando seria útil. Ele era herdeiro do Império Austro-Húngaro. Os sérvios queriam anexar os eslavos dos Bálcãs –croatas e eslovenos– que estavam sob o império.
A morte do arquiduque deu aos austríacos o pretexto. Com a certeza da proteção da Alemanha, o império declarou guerra à Sérvia em 28 de julho.
As alianças em vigor empurraram, entre 1º e 28 de agosto, Alemanha, França, Reino Unido, Rússia, Bélgica, Japão e Montenegro para a guerra.
A solução que vigorou depois da guerra, com a criação da Iugoslávia, concedeu à Sérvia o território que ela reivindicava.
Após a Segunda Guerra, sob o comando de Tito e regime comunista, a frágil unidade de sérvios, croatas e muçulmanos resistiu.
Com o fim dos regimes comunistas, a Iugoslávia se esfacelou. Em 1992 a Bósnia se viu mergulhada em nova guerra entre sérvios, croatas e muçulmanos.
No início deste ano começou a vigorar um cessar-fogo. O bairro de Dobrinja no sudoeste de Sarajevo, parece ser o coração da crise. Moram ali, a 50 metros da linha de fogo, 15 mil croatas, sérvios e muçulmanos.
Soldados franceses vigiam a trégua. Nas garagens dos prédios do bairro de classe média fucionam escolas. As portas são protegidas por sacos de areia.
A principal "moeda" no bairro são os cigarros que os soldados da ONU dão para os moradores. Na linha de fogo só há escombros.
"As pessoas comuns querem um acordo que acabe com a guerra, mesmo que seja perdendo um pouco de território. Outra coisa é o que pensam os políticos", diz Senad Mizira, morador de Dobrinja.

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