São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 1994 |
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Cruzado aumentou consumo
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Além disso, todos os preços estavam congelados. Os salários também estavam teoricamente congelados. Mas como a economia se aqueceu, todas as indústrias passsaram a trabalhar na capacidade máxima, com horas e turnos extras. Com isso, a mão-de-obra se valorizou e os aumentos salariais se generalizaram. Tais aumentos eram ganho real de poder de compra, imediato. Resultado: aumento de demanda sem possibilidade de ser atendida pela produção local. Aumentou o consumo de remédios populares, por exemplo, para dor de cabeça e dor de barriga. Faltaram tampinhas para cerveja. O consumo da carne de boi subiu rapidamente. Preços estavam congelados, mas os açougueiros e produtores logo perceberam que a população estava disposta a pagar muito mais do que o preço congelado. A carne sumiu nas vendas oficiais. No câmbio negro, não faltava. Cobrava-se até cinco vezes mais que o preço de tabela. E se vendia tudo. O governo tentou importar carne. Levou meses em concorrência, tomada de preço, ineficiências administrativas. E quando a carne chegou, o governo não conseguia distribuí-la. A importação era muito difícil. As alíquotas eram elevadas (chegavam a até 300%) e havia produtos de importação proibida, como automóveis. (Como na carne, tinha fila, câmbio negro e ágio para compra). E havia produtos que só o governo podia importar. Alimentos, como o leite, e o caso especial da carne. Texto Anterior: Real chega no começo da entressafra Próximo Texto: Massa polar provoca geada e prejudica milho e café Índice |
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