São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bancos querem regras para depósito em poupança no dia 4

DA REPORTAGEM LOCAL

Bancos querem regras para depósito em poupança no dia 4
O Banco Central terá que baixar nos próximos dias uma norma legal autorizando os bancos a aceitarem na próxima segunda-feira, 4 de julho, depósitos em cadernetas de poupança que "aniversariam" nos dias 1º, 2 e 3 de cada mês.
Foi o que explicou ontem o presidente da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), Alcides Tápias.
Ele acrescentou que a regra vigente é a de que, nos meses em que a data de "aniversário" da poupança cai em fim-de-semana ou feriado, o depósito precisa ser feito até o dia útil imediatamente anterior, para ter direito à remuneração do período seguinte.
Jorge Higashino, diretor de Serviços Bancários da entidade, explicou também que o Banco Central terá que detalhar as regras de conversão das várias modalidades de aplicações financeiras na virada de 30 de junho para 1º de julho.
Ele alerta o investidor para o fato de que os prazos não estão sendo alterados. Por isso, quem tiver uma conta de poupança com "aniversário" no dia 5, por exemplo, deve aguardar até esse dia para fazer qualquer resgate.
Se o saque for feito antes, o investidor perderá o rendimento acumulado desde 5 de junho.
Caso o saldo dessa conta seja de CR$ 270.000 em 5 de junho e o saque for feito no dia 4 de julho, o banco vai pagar apenas o valor original, sem remuneração, convertido para o real pela URV do dia 30 de junho. Que seria igual a R$ 97,12, supondo-se que a última URV seja de CR$ 2.780.
Note que somente entre 6 e 24 de junho, a TR –que corrige a poupança– acumulou variação de 33,03%, que o titular dessa hipotética caderneta perderia se sacasse antes do "aniversário".
O mesmo raciocínio vale para as aplicações em fundos de investimento que ainda não completaram os prazos de carência.
Nos fundos de commodities, o prazo é de 30 dias em cada aplicação. Já nos fundos de renda fixa, os saques são a cada 28 dias.
Juros altos
O presidente da Febraban disse achar "alto demais" o juro de 12% para julho, que está sendo praticado em operações a termo do mercado financeiro.
Nessas operações, fecham-se negócios para vencimento futuro com taxas acertadas previamente.
A afirmação de Tápias foi feita ontem, em entrevista coletiva à imprensa, convocada para esclarecer dúvidas sobre o real.
O presidente da Febraban explicou que a sua "expectativa para a inflação de julho é de no máximo 5%, por causa de alguns ajustes de preços na última semana" e de juros reais entre 3% e 3,5%. Isso resultaria em juros efetivos entre 8,15% e 8,68% no mês.

Texto Anterior: Bradesco prevê tumulto na entrada da nova moeda
Próximo Texto: Mercado aguarda definição para juros
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.