São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 1994
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Itália tenta superar desfalques e intrigas

SÍLVIO LANCELLOTTI
ENVIADO ESPECIAL A NOVA JERSEY

A Itália decide hoje, frente ao México, em Washington D.C., pelo grupo E, a sua sobrevivência na Copa, a manutenção de Arrigo Sacchi no comando da seleção e até mesmo a chance de o presidente da sua federação, Antonio Matarrese, suceder João Havelange no comando da Fifa.
Para se qualificar à segunda fase, a "Squadra Azzurra" talvez nem mesmo possa empatar.
Pior, além da sucessão de contusões que comprometem a escalação de Sacchi, a delegação atravessa uma tempestade de intrigas.
Neste começo de semana, correu na concentração da "Azzurra" um boato monumental.
Ao saber da suspensão de Pagliuca, expulso no cotejo com a Noruega, o diretor de imprensa da Fifa, o peninsular Guido Tognoni, aliado político de Havelange, teria exultado com o desfalque.
Tognoni desmentiu, veementemente, a suposição. De todo modo, continuou supertenso o clima na delegação, já prejudicado pela briga entre Sacchi e o astro Roberto Baggio e pelas ausências de vários titulares na equipe que principiou o certame.
Apenas auxilia a "Azzurra" o seu passado diante do México. Em oito pelejas anteriores, a Itália ganhou seis e se igualou nas outras duas, anotou 23 tentos e sofreu somente cinco.
Além disso, ainda que sem Pagliuca e sem o capitão Baresi, ostenta um elenco milionário e experiente, bem superior ao México do dentista Miguel Mejía Barón.
Os gols não saem. Está funcionando, porém, o sistema agressivo com que Sacchi pretende revolucionar o futebol da "Azzurra", nos últimos 50 anos limitado à retranca e a lances em contra-ataque.
Nesta tarde, Sacchi e os seus bambinos vão provar a tese do seu mister ou vão sofrer o maior fracasso desde o torneio da Inglaterra, em 1966, quando a equipe da Bota entregou a sua vaga, 0 X 1, gol do malfadado Pak Doo Ik, à inacreditável Coréia do Norte.

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