São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 1994 |
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Cineasta faz retrato integral do xerife
ANA MARIA BAHIANA
Em entrevista, o cineasta fala de seu novo filme e de sua amizade com Kevin Costner, ator que interpreta Wyatt Earp. Folha - Os personagens de Wyatt Earp e Doc Holliday já foram abordados tantas vezes no cinema e na TV. Por que seu interesse em, novamente, dedicar um filme ao assunto? Lawrence Kasdan - Sempre estive interessado em fazer um retrato completo, integral, de Wyatt Earp. Eu não acredito que as pessoas são uma coisa só –puros heróis ou puros vilões. Acredito que as pessoas são complicadas e tenho curiosidade em descobrir o que informa e motiva as ações das pessoas –até os heróis históricos. Folha - Você não teme que as pessoas fiquem decepcionadas ao descobrir, no final de três horas de filme, que Wyatt Earp não era o bom xerife que quase todo mundo imgina? Kasdan - Para mim, no final, ele ainda é um herói. Mas um herói humano, que as pessoas na platéia podem compreender –alguém que cometeu erros e fez escolhas desastrosas e tratou as pessoas mal, mas que foi corajoso e responsável por seus atos. Folha - Sua amizade com Kevin Costner tem mais de dez anos. Esse é um fator que pesa na hora de escolher um ator para um projeto como este? Kasdan - Sim! Seria ingênuo em negar. Se vou ficar meses envolvido em algo tão desesperador como um filme dessa envergadura, é melhor ter um amigo perto. Evidentemente, amizade é importante, mas não é tudo. Sempre acreditei no potencial de Kevin como ator e me sinto mplamente recompensado. Ele tem essa qualidade difícil de descrever, esse tipo e simpatia instantânea com a platéia, que faz com que os espectadores embarquem na aventura do personagem junto com ele. E ele é um astro. Todo projeto fica mais fácil quando tem Kevin Costner à frente. Folha - Este filme talvez não fosse possível há cinco anos, antes do sucesso de "Dança com Lobos" e de "Os Imperdoáveis". Por que o western voltou? Kasdan - O western nunca foi embora. É um gênero irresistível. É absolutamente central no modo de pensar americano, na imagem que fazemos de nós mesmos. Sempre existe alguém tentando fazer um western. O fato de dois deles terem feito sucesso ajuda a ficar mais visível, mas o western estará sempre aqui, no imaginário coletivo da América. Texto Anterior: Costner diz que filme humaniza herói Próximo Texto: 'O Rei Leão' bate recorde Índice |
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