São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 1994
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Bolsas de Valores aguardam o real em alta

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

As Bolsas registraram o segundo dia consecutivo de fortes altas. O índice da Bolsa paulista teve valorização de 5,6% e o indicador da congênere carioca (Senn) subiu 5,3%.
Os investidores aproveitam os juros nominais diários de 2% ao mês, mas já direcionam parcela dos recursos para o mercado acionário na expectativa de alta nas Bolsas no início do Plano Real.
A expectativa é que com os juros nominais menores no Plano Real haja maior interesse em apostar nas Bolsas de Valores.
O volume de negócios ontem na Bolsa paulista (Bovespa) foi ontem de US$ 189 milhões, contra US$ 180 milhões no dia anterior.
O volume negociado na Bovespa foi maior, apesar do horário reduzido pelo jogo do Brasil na Copa.
As maiores altas na Bolsa ontem foram de papéis da Eletrobrás PNB (+9,8%) e Eletrobrás ON (+9,6%).
Um operador em tom de brincadeira disse que os papéis da estatal subiram, pois a Eletrobrás afastou o risco de blecaute durante o jogo ontem.
Há concentração de negócios nos últimos dias em papéis –como os da Eletrobrás– que tem alta liquidez, ou seja, podem virar moeda corrente a qualquer momento.
Os demais mercados tiveram as operações agilizadas para que os funcionários pudessem acompanhar o jogo em casa.
O governo conseguiu em leilão colocar ontem a totalidade de 4 bilhões de Letras do Banco Central de prazo de 28 dias. Os papéis devem lastrear os fundos de investimento dos bancos.
No mercado cambial, o ágio do dólar paralelo em relação ao comercial quase desapareceu (+0,11%), contra 0,15% no dia anterior. O Banco Central realizou três leilões no mercado do dólar comercial e dois no flutuante para "zerar" o caixa das instituições financeiras.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 1,842% no último dia 24, projetando rendimento de 43,82% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa variou entre 62,60% e 62,65% ao mês, ligeiramente menor que a média do dia anterior (62,90% ao mês).

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem dia 28 rendem 45,8757%. As taxas dos CDBs de 30 dias indexados à Taxa Referencial variaram entre 8% e 15% ao ano. As taxas dos CDBs em URV variaram entre 85% e 95% ao ano.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: entre 62,65% e 62,70% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 100% e 105% ao ano em URV, contra 90% e 107% ao ano no dia anterior.

No exterior
Prime rate: 7,25% ao ano. Libor: 5,0625%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 35.635 pontos com alta de 5,6% e volume financeiro de CR$ 500,380 bilhões, contra CR$ 467,829 bilhões no dia anterior. Rio: alta de 5,3% (I-Senn), fechando com 137.020 pontos e volume financeiro de CR$ 50,408 bilhões, contra CR$ 139,794 bilhões no dia anterior.

Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou com 3.669,64 pontos, contra 3.685,50 pontos no dia anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 20.639,23 pontos, contra 20.300,96 pontos na última sexta-feira.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 2.646,95 (compra) e CR$ 2.647,03 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 2.596,28 (compra) e CR$ 2.596,30 (venda). "Black": CR$ 2.620,00 (compra) e CR$ 2.650,00 (venda). "Black" cabo: CR$ 2.600,00 (compra) e CR$ 2.610,00 (venda). Dólar-turismo: CR$ 2.560,00 (compra) e CR$ 2.620,00 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 1,89%, fechando a CR$ 32.800,00 o grama na BM&F, movimentando 1,73 toneladas, contra 4,99 toneladas no dia anterior.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres a libra foi cotada a US$ 1,5470, contra US$ 1,5500 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5855 marco alemão, contra 1,5760 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 100,35 ienes, contra 99,93 ienes. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 386,20, contra US$ 384,70 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para junho fechou em 48,13%, contra 48,44% no dia anterior.
No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial para junho ficou em 42,00%, contra 42,27% no dia anterior.
O índice Bovespa futuro em URV fechou a 14,00 pontos, com expectativa de valorização de 2,43% ao mês.

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