São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
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Profissionais experientes detêm comando

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Os candidatos à Presidência buscaram profissionais experientes no mercado para formar as equipes que vão produzir seus programas eleitorais no rádio.
Os cinco presidenciáveis melhor colocados nas pesquisas terão programas que obedecem à linguagem própria do rádio.
Está longe o tempo em que o rádio só reproduzia o programa de TV e o eleitor era obrigado a ouvir pérolas como "aqui neste mapa..." ou "o gráfico indica...".
Fernando Henrique Cardoso (PSDB) contratou o ex-presidente da Radiobrás, Antonio Martins, dono de uma empresa dedicada à produção de programas de rádio.
Martins diz que pretende apresentar o programa piloto a FHC até o dia 15 de julho.
Ele não antecipa a linha que adotará, mas diz que vai procurar adequar a programação ao perfil do público que ouve rádio pela manhã e na hora do almoço.
O programa de Orestes Quércia (PMDB) será produzido nos estúdios da rádio Antena 1, de Orlando Negrão Júnior, onde também era feito o "Bom Dia Governador".
A produção do programa de Leonel Brizola (PDT) será comandada por Roberto D'Avila e, a de Esperidião Amin (PPR), pelo publicitário Nelson Biondi.
Luiz Inácio Lula da Silva contará com André Barbosa, que fez os programas nacionais do PT nos últimos quatro anos.
Barbosa criou uma espécie de agência de notícias sonora para divulgar o programa do PT e a candidatura Lula nas rádios.
Em um estúdio montado em São Bernardo do Campo (na região do ABCD paulista), Barbosa produz programas jornalísticos curtos, de 30 a 40 segundos.
As fitas são transmitidas por telefone a mais de 270 emissoras do país, que usam o material em sua programação normal.
Na estréia do Brasil na Copa do Mundo, Barbosa fez um programa em que Lula comentava a escalação do time e falava de sua expectativa para o jogo.
Os outros candidatos enviam constantemente para as rádios informações escritas sobre suas atividades de campanha.
Orlando Negrão observa que o sucesso no horário eleitoral dependerá muito do talento dos candidatos para adotar o tom intimista e coloquial característico do rádio.
O intimismo é apontado como uma das vantagens do rádio pela professora de rádio-jornalismo da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, Gisela Swetlana Ortriwano.
"No rádio é possível falar para várias pessoas, mas dar a impressão de que se está falando para um ouvinte em particular", diz. (CT)

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