São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
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Econtrado 1º corpo do incêndio em Vitória

SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A VITÓRIA

Encontrado 1º corpo do incêndio em Vitória
Dois empregados de lojas do Mercado Municipal da Vila Rubim, no centro de Vitória, estão desaparecidos. O mercado foi destruído por explosões e incêndios anteontem à tarde.
Para parentes e bombeiros, os corpos dos desaparecidos podem estar sob os escombros.
O Corpo de Bombeiros vê como reduzida a possibilidade de existir mais do que dois corpos nas ruínas do mercado, que começou a ser demolido ontem.
Os bombeiros fizeram buscas durante a madrugada e nada encontraram, o que reduziu a previsão de pelo menos dez mortos.
Para o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Mário Natali, se houvesse mais desaparecidos, os parentes teriam avisado os responsáveis pelas buscas.
Até as 12h de ontem, duas queixas haviam sido registradas. O cabo Honorato Mendes, da PM, disse que o filho Alexander, 19, não voltou para casa após o incêndio.
Alexander é empregado de uma mercearia no mercado. Outros funcionários disseram que o rapaz trabalhava na hora da explosão.
O outro desaparecido é José Deorse Batista, 54, balconista da loja de fogos Casa dos Milagres Sempre Rica, suposto ponto de origem do fogo.
"Temo que algo ruim tenha acontecido", disse Glauco Deorse, 24, filho de Batista.
A ausência de mortes até agora é creditado pela PM ao pequeno espaço das 110 lojas do mercado.
"Era pouca gente e muita mercadoria. Deu tempo para a maioria escapar", disse o comandante da PM, coronel Edison da Silva.
A maior parte dos 35 feridos foi liberada pelos hospitais. Seis permanecem no Centro de Queimados do Hospital Estadual Dório Silva.
Maria da Penha de Jesus, que teve 80% do corpo queimado, tem pequenas chances de sobreviver, informam os médicos.
Os peritos do Corpo de Bombeiros devem concluir até quarta-feira laudo sobre as causas do acidente.
O major Elvio Rebouças, chefe da perícia, disse que a explosão não foi provocada por um ato criminoso. Foi descartada também a hipótese de uma pane elétrica.
"Concluímos que houve armazenamento indevido de grande quantidade de pólvora", disse. Amanhã, os peritos devem calcular a quantidade de pólvora que estaria estocada na loja.
Foram apreendidas no local quatro barris de pólvora que resistiram ao fogo. A perícia também recolheu rojões com até meio quilo de pólvora e outros tipos de fogos.

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