São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Caderneta de poupança é a melhor aplicação no primeiro mês do real

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A caderneta de poupança será a melhor alternativa de aplicação no primeiro mês da nova moeda, o real.
No início de junho, o presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito e Poupança), João Batista Gatti, previu que a "hora da verdade" chegaria este mês –no momento em que os depósitos feitos em junho seriam ou não reaplicados.
Segundo resultado de pesquisa Datafolha, a caderneta será aprovada na hora da verdade.
Esta preferência pela manutenção dos recursos na caderneta é respaldada também pela possibilidade de ganho com as regras estabelecidas pelo BC.
A rentabilidade das cadernetas é dada pela TR (Taxa de Referência). A TR é ainda calculada com base nos juros praticados nos negócios de um dia entre bancos (CDI). Esta taxa sofre um redutor.
O BC aumentou o redutor de 1,2% para 1,6%. Ocorre que o juro real (descontada a inflação) em julho será bastante elevado. O mercado estima uma taxa de 8,3% no mês, contra uma inflação entre 3% e 5%.
Na prática, a elevação do redutor não foi suficiente para anular o efeito da elevação do juro. Ou seja, a caderneta será beneficiada pela política de juros altos –que é também uma forma de se evitar qualquer corrida ao consumo.
Mais do que isto. O redutor existe para equilibrar as diversas alternativas de aplicação. A poupança é a única isenta do pagamento do Imposto de Renda (IR).
Todas as demais pagam IR sobre o ganho real (o que supera a variação da Ufir). Ocorre que a Receita divulgou o mesmo valor da Ufir para o período de 1º a 8. Logo, a variação da Ufir será próxima de zero –aumentando o impacto do imposto sobre todas as alternativas, fora a poupança.
Assim, a poupança é beneficiada por dois motivos: a TR dará um bom rendimento e o investidor não terá que repartir o seu ganho com a Receita Federal.
Os analistas acreditam ainda que uma outra boa opção de investimento é o fundo de commodities.
Ele paga um rendimento próximo do CDI e garante liquidez diária, após um período de carência de 30 dias.
É que, na virada de junho para julho, os preços subiram aceleradamente –criando um colchão contra as incertezas. O mesmo colchão, no entanto, cria espaço para o retorno das promoções no comércio em real a partir da segunda quinzena de julho.
Quem tiver possibilidade de saque diário, poderá aproveitar as chances e as pechinchas de ocasião.
(JCO e FM)

Texto Anterior: Ativos de risco perdem da renda fixa em junho
Próximo Texto: Imposto torna negativos os rendimentos dos fundões
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.