São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
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Para ganhar uma Copa, ter coração é fundamental

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Em Copa do Mundo, é preciso que o jogador coloque o coração em campo. Isso é o que vale na Copa.
Sou adepto da tese de que, além da técnica, é fundamental ter raça para ganhar um Mundial.
A partir de agora, vamos ter quatro finais, e é assim que os jogadores terão que pensar.
Temos que superar os nossos problemas e temos potencial para isso.
Aliás, é esse potencial que me dá confiança de que podemos ser campeões do mundo.
A seleção até atora jogou menos do que poderia jogar. O jogo contra a Suécia deixou todo o país preocupado.
A defesa está razoável. O setor de meio-campo apresenta problemas.
Raí e Zinho não fizeram ainda uma grande partida.
No ataque, nós temos o Romário, que continua sendo a grande esperança.
É da sua irreverência com a bola nos pés que poderão sair os gols para dar o título de tetracampeão ao Brasil.
O Bebeto tem que render mais e, talvez, valesse colocar o Muller no lugar do Zinho.
Gostaria de citar o exemplo do Dunga, que é um jogador de que eu gosto.
Ele supera a ausência de grande técnica com a vontade imensa de ganhar, ou seja, ele arranca grama se for necessário.
Isso tem muita importância no futebol.
Acredito que os brasileiros podem melhorar à medida em que as equipes adversárias exigirem mais, porque eles têm futebol para isso.
As seleções que têm chance de vencer a Copa, além da brasileira, são as da Alemanha e da Argentina.
Os alemães são um exemplo de profissionalismo no futebol.
O Batistuta e o Caniggia me impressionaram pela vontade de vencer.

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