São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
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Administradoras e as transformações do Real

JOSÉ ROBERTO GRAICHE

A introdução do real, as transformações pelas quais passaram e ainda passam as relações entre locadores e locatários, as definições governamentais sobre os aluguéis, são algumas das preocupações que agitam nosso mercado até que, como diz o próprio ditado, depois da tempestade, no caso, venha a bonança.
Esses fatos se ligam mais ainda aos que residem em apartamentos, já que o setor de condomínios é o que passará por maiores transformações.
Nos prédios gerenciados por administradoras, o trabalho será intenso, com a passagem de todos os gastos para a nova moeda. As administradoras precisarão adaptar toda a sua contabilidade, orientar os condomínios na conversão dos contratos de prestação de serviços, entre outras providências imediatas.
Será exatamente nessa oportunidade que as verdadeiras administradoras, as administradoras profissionais, de nível e responsáveis, irão se destacar dos aventureiros que andaram prejudicando o mercado com o aviltamento das taxas, descumprimento de acordos, leiloando preços com valores inferiores apenas para garantir o gerenciamento de prédios.
Com a entrada do real, e as imposições que a nova moeda determinará, chegou a hora da verdade.
Essa situação atingirá até mesmo os prédios que experimentam a autogestão. Não há espaço para administrações despreparadas, pois, com o novo panorama, viverão dificuldades e correrão o risco de praticarem erros.
As verdadeiras administradoras profissionais, de gabarito, tradicionais e atuantes no mercado, vão mostrar sua eficiência, prestando uma boa assessoria, dando cobertura aos condomínios e otimizando o uso do dinheiro.
Por parte dos condôminos também haverá melhoras sensíveis, pois a estabilidade no pagamento das quotas de condomínio evitará todos os tipos de variações que tanto atormetaram a vida de quantos residem em prédios.
A partir de agora, não havendo variações significativas, os condôminos não serão mais pegos de surpresa, no pagamento de quotas de valor inesperado.
A se confirmar a expectativa de despesas estáveis, geradas por um processo não-inflacionário, todos poderão programar melhor seus orçamentos, inclusive, os domésticos.
Por parte das administradoras, a prestação de contas também será outro ganho, pois, serão mais transparentes, sem tantas alterações. Os brasileiros vão conhecer, com a nova realidade, o que antes não conheciam, como por exemplo, os balancetes.
Será mais fácil, diante de qualquer distorção, detectar erros ou diretrizes administrativas que contrariem os interesses de uma determinada coletividade. Um Brasil novo que, esperamos, seja pródigo e socialmente equilibrado.

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