São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
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Subjetividade afeta pregões

LUCIA REGGIANI
EDITORA-ADJUNTA DE ECONOMIA

Otimismo e pessimismo e outros tantos fatores subjetivos têm sua parcela de influência no vaivém dos índices das Bolsas de Valores.
No Brasil, país de população emotiva, as razões de certas altas e baixas assombram o investidor do Primeiro Mundo. Exemplo recente foi a morte do piloto Ayrton Senna. No dia do enterro, 5 de maio passado, a Bolsa de Valores de São Paulo fechou em baixa de 8%.
Em abril de 1985, os preços das ações flutuavam de acordo com os boletins médicos sobre a saúde do presidente Tancredo Neves, morto no dia 21 daquele mês.
Agora, o problema é a Copa do Mundo. Escaldados com as perdas que tiveram após a morte de Senna, investidores estrangeiros encomendaram pesquisas. Querem saber o que acontece com as Bolsas se o Brasil for mal-sucedido no futebol.
A lógica é esta: se a seleção vai bem, as pessoas ficam otimistas e não tomam atitudes negativas, como comprar dólar no mercado paralelo ou sair aumentando preços. Isso complicaria as chances de o Plano Real estabilizar a economia. E, se o cenário do plano vai mal, as empresas –emissoras das ações– ficam com perspectivas de vendas e lucros mais estreitas.
O ziguezague das Bolsas continua com sinais de plano dando certo ou errado. Depois, vai refletir as posições dos candidatos à Presidência da República nas pesquisas. E assim por diante, até que uma crise histérica leve o investidor ao analista ou um infarto o tire do mercado.

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