São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
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Jerusalém tem protesto contra acordo de paz

SÉRGIO MALBERGIER
DO ENVIADO ESPECIAL

Jerusalém se preparava ontem à noite para mais uma manifestação da oposição israelense ao acordo de paz.
Pela manhã, os manifestantes desfilaram com um boneco de Arafat numa forca, que foi apreendido pela polícia depois de troca de empurrões e socos.
Milhares de policiais foram mobilizados para acompanhar a manifestação, com os organizadores planejando parar a capital israelense, cuja parte oriental é reivindicada pelos palestinos como sua própria capital.
Apesar de boa parte dos israelenses estar receosa com o processo de paz entre Israel e OLP, a oposição não conseguiu ainda mobilizar o israelense médio.
Os participantes de suas manifestações são quase sempre religiosos e moradores das colônias israelenses nos territórios ocupados.
Mas as repetidas declarações de Arafat dizendo que Jerusalém Oriental será capital de um futuro Estado palestino pode ajudar a causa oposicionista.
A grande maioria dos israelenses estava ansiosa em deixar a miserável faixa de Gaza. Mas Jerusalém é vista quase unanimemente como a "capital indivisível".
O governo do premiê Yitzhak Rabin ordenou a suspensão da construção de casas em todas as colônias dos territórios ocupados, mas em Jerusalém os tratores continuam trabalhando.
Desde que tomou o lado oriental da cidade, habitado por palestinos, Israel construiu um cordão de bairros judeus em volta da região.
Em 1967 não havia moradores judeus em Jerusalém Oriental. Hoje eles são 160 mil, contra os 150 mil árabes.
O acordo de paz prevê que as duas partes negociem o futuro de Jerusalém a partir de 1996.
Se até lá a autonomia palestina não ajudar a melhorar a relação entre os dois lados, o controle da cidade (sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos) pode minar o processo de paz. (SM)

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