São Paulo, domingo, 3 de julho de 1994
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ICMS sobe e aumenta preço dos carros

MARIA ALICE ROSA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os preços dos carros vão subir até 11% nos próximos oito meses, sem contar a inflação em real.
A produção da indústria automobilística pode cair em 15%, segundo Luiz Adelar Scheuer, presidente da Anfavea (associação nacional dos fabricantes de veículos).
A perspectiva alarmante é causada pelo aumento de 12% para 18% na alíquota do ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços, estadual) para carros.
O aumento no ICMS foi aprovado quinta pelo Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), que reúne secretarias de Fazenda de todos os Estados.
A elevação da alíquota será feita trimestralmente, a partir de 1º de agosto e até 1º de maio de 1995. Será de 1,5 ponto percentual em média, a cada três meses.
No primeiro aumento, mês que vem, o impacto sobre os preços será de 1% a mais, segundo Scheuer.
"Não creio que até lá haja uma corrida ao consumo para escapar desse aumento, pois julho será um mês de adaptação ao real", diz.
Quando a alíquota chegar a 18%, em maio de 95, um carro "popular", que custa R$ 7.350, chegará a R$ 8.005, diz Scheuer.
A produção, prevista para 1,2 milhão de carros neste ano, pode cair em 180 mil unidades nos primeiros 12 meses de aumento das alíquotas, conforme a Anfavea.
O presidente da Fenabrave (federação das revendas), Sérgio Reze, disse que o primeiro impacto da medida é o fim de todos os descontos nos modelos novos.
Na sexta-feira, a Ford reduziu os preços de seus carros, com exceção dos modelos populares, de 4,7% (Escort Hobby 1.6) a 11,5% (Pampa L). O desconto fica.
A Autolatina prevê reversão do crescimento que julga ter sido causado exatamente pela redução da alíquota de 18% para 12%, acertada em câmara setorial em 1992.
"Foi uma puxada no tapete do consumidor", na opinião de Mauri Missaglia, presidente da Abrac (reúne as revendas Chevrolet).
O mercado esteve desaquecido semana passada por causa da estréia do real, mas aposta em reação na segunda quinzena deste mês.
"O ICMS é que mais preocupa", afirma José Maurício Andreta Júnior, presidente da Abracaf (associação das revendas Fiat).

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