São Paulo, terça-feira, 5 de julho de 1994
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Justiça apura chacina de 111

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O TJM (Tribunal de Justiça Militar) vai começar a ouvir neste mês as testemunhas de acusação do processo contra os 120 Policiais Militares denunciados pelo massacre de 111 presos no pavilhão 9 da Casa de Detenção, no Carandiru (zona norte de São Paulo).
O massacre ocorreu quando a tropa de choque da PM invadiu o pavilhão para acabar com uma rebelião, em 2 de outubro de 92.
Armados com fuzis e metralhadoras, os PMs mataram os presos em suas celas e, segundo laudos da perícia, sem que a maioria dos detentos tivesse chance de defesa.
Os PMs alegam que agiram em legítima defesa, pois estariam sendo atacados com estiletes e tiros pelos presos.
As nove testemunhas de acusação foram escolhidas pelo promotor Luiz Roque Lombardo Barbosa, da corregedoria do TJM.
Entre elas está o ex-assessor para assuntos penitenciários da Secretaria da Segurança Pública, Antônio Filardi Luiz.
Após o depoimento das testemunhas de acusação, os advogados dos policiais terão um prazo de cinco dias para indicar as testemunhas da defesa no processo.
Os sobreviventes da chacina também irão depor. Ao todo, 87 presos foram feridos pelos PMs.
Na semana passada, o TJM terminou de interrogar os 120 policiais militares acusados da chacina.
Segundo o promotor Barbosa, o processo do massacre da Detenção deverá terminar no próximo ano. (MG)

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