São Paulo, terça-feira, 5 de julho de 1994
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Holanda dosa energia e vence a Irlanda

UBIRATAN BRASIL
ENVIADO ESPECIAL A ORLANDO

A Holanda recuperou seu prestígio ao vencer ontem Irlanda por 2 a 0, em Orlando, classificando-se para as quartas-de-final.
Mais concentrada e com jogadas rápidas, a equipe holandesa sentiu mais a pressão do calor que do adversário.
"Não apresentamos nenhum erro dos outros jogos. A Irlanda não teve nenhuma chance no primeiro tempo e, no segundo, quando tentou impor sua pressão, não encontrou o espaço necessário", disse o técnico holandês Dick Advocaat.
Suas respostas soavam como vingança. Duramente criticado por escalar uma defesa com apenas três jogadores, além de não reforçar o meio-campo, Advocaat cedeu apenas em uma exigência (escalando Rijkaard mais avançado), mas sustentando a linha de defensores com apenas três.
O técnico holandês conseguiu aparar todas as virtudes irlandesas. Ciente de que enfrentaria um time fechado, Advocaat orientou o time a tentar as jogadas individuais.
A primeira brecha surgiu pela direita, onde Overmars conseguiu um bom rendimento contra seu marcador, Phelant. Em uma dessa jogadas, o zagueiro recuou mal a bola, Overmars cruzou para Bergkamp marcar no canto esquerdo.
O segundo gol, que desestabilizou a Irlanda, foi uma falha do goleiro Pat Booner, que rebateu errado um chute de Jonk.
"Soubemos dosar a energia, atacando muito no primeiro tempo, quando deveríamos fazer os gols que nos dariam a vitória. Feito isso, não repetimos o erro apresentado contra o Marrocos e seguramos mais a bola, obrigando o adversário a correr mais."
Apesar do tempo nublado, a temperatura continuou alta (26 graus), reduzindo sensivelmente a produção dos holandeses.
"Como jogou mais concentrado, o time sentiu mais porque ocupou bem os espaços no campo. Com isso, quando ainda faltavam 20 minutos, o cansaço era muito grande", disse Advocaat.
O técnico holandês garantiu ainda não se preocupar com a influência negativa do calor que vai encontrar em Dallas, no próximo sábado, quando deve jogar sob uma temperatura mais alta.
"Não é possível armar um time para jogar nessas condições. O segredo é saber dosar energia de uma maneira melhor que o adversário. Os jogos da Copa do Mundo têm mostrado que os últimos minutos também são decisivos."

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