São Paulo, terça-feira, 5 de julho de 1994
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Com Mazinho, Brasil perde poder ofensivo

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

A entrada do meia Mazinho não melhorou o poder ofensivo da seleçào brasileira. O meia não repetiu as atuações que fez como segundo volante, quando entrou no lugar de Mauro Silva, com o recuo de Dunga.
Seus números e os de Raí, de quem tomou a posição, são semelhantes. O número de finalizações da equipe caiu de 18, contra a Suécia, para 15 ontem.
O resultado é outra evidência de que o problema não está em qualquer jogador, mas no esquema tático. O técnico Carlos Alberto Parreira quer que os meias fiquem quase parados em campo.
O levantamento feito pelo Datafolha mostrou que Mazinho movimentou-se apenas um pouco melhor do que o ocupante anterior da posição.
Até a expulsão de Leonardo, aos 42min do primeiro tempo, Mazinho quase só tocou na bola no meio e na direita do ataque brasileiro. Nos minutos finais, fez três jogadas pela ponta esquerda.
O desempenho de Mazinho só melhorou no segundo tempo. Com um jogador a menos, os brasileiros tiveram que se movimentar mais
Com isso, passou a envolver os norte-americanos. Nessa etapa, Zinho apareceu na direita –e foi tirado do time.
Mas nem no segundo tempo Mazinho, um dos meias ofensivos da seleção, entrou –uma vez que fosse– na área dos EUA.
No segundo tempo, ele se aproximou da área nove vezes, mais do que do primeiro.
Quando estava na meia direita, até a saída de Leonardo, ficou mais confinado na região delimitada por Parreira.
Mais uma vez o meia Dunga foi o jogador com maior número de atuações. Ele é o único jogador da seleção com liberdade para se mover no campo todo.
Esse é um dos motivos de ele ter sempre a maior média de passes (73, 65 certos) e desarmes da equipe (29, 24 completos) do time.
Romário
A entrada de Mazinho também não atendeu à reivindicação feita pelo atacante Romário. Após o jogo contra a Suécia, ele se queixou com Parreira de que estava recebendo poucas bolas.
Ontem, sua situação piorou. Mesmo recuando mais, ele recebeu 36 bolas, contra 43 da partida contra a Suécia.
Outro índice atesta que o jogador esteve mais isolado ontem do que no empate contra os suecos. Naquele jogo, ele finalizou quatro vezes corretamente e ontem, duas.
Nos números da equipe também houve queda. Ontem, o Brasil fez quatro finalizações corretas. Na primeira fase, a média foi de sete.

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