São Paulo, sábado, 9 de julho de 1994
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Crianças trocam a Sé pelos Jardins

DANIEL CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os meninos de rua de São Paulo estão abandonando a praça da Sé e migrando para os Jardins, uma das regiões mais nobres da cidade.
Moradores e comerciantes estão assustados com a "invasão". A Polícia Militar recebe atualmente até 30 queixas por dia. São moradores dos Jardins pedindo para que a PM recolha menores da frente de suas casas.
Uma pesquisa feita pelo governo estadual mostra que há mais meninos nas ruas dos Jardins do que na praça da Sé.
Juarez Alves, 41, assessor técnico da Secretaria da Criança, Família e Bem-Estar Social do Estado, confirma a migração dos meninos.
Segundo Alves, as crianças estão sendo forçadas a deixar a Sé.
No ano passado, conta Alves, pelo menos oito meninos desapareceram das redondezas da praça da Sé. Supostamente, foram vítimas de grupos de extermínio.
Além disso, a polícia passou a agir com mais rigor na Sé, para tentar livrar a praça do estigma de "referência nacional" dos meninos de rua.
"A região dos Jardins é muito propícia para o menor sobreviver", constata o capitão José Everardo da Silva, 44, reponsável pelo policiamento na área.
Para o PM, as principais fontes de sustento das crianças são os bares, restaurantes, lojas e caixas bancários. "Eles conseguem dinheiro e alimentos, pedindo esmolas ou 'guardando' carros."
LEIA MAISsobre a migração dos meninos de rua da Sé para os Jardins à pág 3-2

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