São Paulo, sábado, 9 de julho de 1994
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'Foi a equipe mais rápida do mundo'

NOELLY RUSSO
ENVIADA ESPECIAL A DALLAS

Um dos membros da delegação holandesa que hoje enfrenta o Brasil também esteve presente no Mundial de 1974, na Alemanha.
O médico da seleção, Frits Kessel, 57, cuidava da equipe que há 20 anos desclassificou o Brasil na segunda fase da Copa.
Para Kessel, os dois times ainda jogam de forma muito parecida. "De cada lado estão 22 jogadores absolutamente diferentes. Mas que ainda mantêm algumas características de há 20 anos."
Em sua opinião, a Holanda de 74 era uma equipe que chegou muito perto de atingir a perfeição física. "Acho que foi a equipe mais rápida do mundo", afirmou.
Kessel acredita que se os dois times da Holanda se enfrentassem hoje, provavelmente os veteranos mostrariam mais velocidade.
"Este time também está bem preparado. Como acredito que o Brasil esteja. Mas nada é comparável ao que a seleção holandesa apresentou há 20 anos."
Kessel diz que se lembra de ter ficado muito preocupado com o jogo no primeiro tempo da partida de 74. Apesar da velocidade da Holanda, ele afirma que o Brasil tinha jogadores muito habilidosos.
O médico afirma que "o Brasil jogou muito bem no primeiro tempo, mas a Holanda superou os brasileiros no segundo. Correu mais e conseguiu um ótimo resultado."
"O mesmo se repete hoje. O Brasil depende da habilidade individual de jogadores perigosos. A Holanda, como em 74, também tinha bons jogadores, mas jogava como um bloco."
Para ele, se a Holanda tinha Cruyff há 20 anos, este ano a seleção também tem jogadores capazes de decidir uma partida.
Comparar as duas equipes individualmente é uma tarefa que Kessel considera impossível. "O futebol não é mais o mesmo. A situação também não é a mesma."
Sobre o jogo de hoje, ele prefere não arriscar nenhum prognóstico. "É imprevisível. Não dá para saber quem vai ganhar. Os dois times têm as mesmas chances."
Kessel acredita que, como em 1974, a Holanda está preparada para chegar à final da Copa. "Só que esperamos ganhar o jogo e o título desta vez", diz.
O médico atenta para o fato de que hoje o Brasil enfrenta a Holanda com a mesma camisa azul que usava no dia da derrota em 74.
Zagalo, na época técnico, e Parreira, então preparador físico, também estarão no banco brasileiro.
"Esse tipo de coisa só dá certo se as pessoas acreditarem nelas. Talvez o resultado se repita."

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