São Paulo, sábado, 9 de julho de 1994
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Argélia é tema de disputa entre EUA e França

DA "REUTER"

O assassinato de sete marinheiros italianos enquanto dormiam em seu navio, num porto da Argélia, colocou o sangrento conflito que está ocorrendo naquele país do norte da África na pauta do encontro do G-7.
Os líderes reunidos em Nápoles, a apenas uma hora de avião de Argel, vão discutir a ameaça potencial da instabilidade na Argélia para toda a região do Mediterrâneo.
EUA e França, dois dos principais protagonistas da cúpula, têm divergências sobre como lidar com a situação argelina, em que muçulmanos fundamentalistas tentam derrubar um governo de "linha dura" sustentado pelos militares.
Os sete marinheiros, alguns deles napolitanos, foram encontrados degolados em seu navio no porto de Jijel, 300 km a leste de Argel.
Isso elevou a 42 o número de estrangeiros assassinados desde 1992, quando os militares argelinos anularam as eleições vencidas pela Frente de Salvação Islâmica.
A França tem ignorado a brutal repressão argelina e dado apoio político e financeiro ao governo de Argel, argumentando que a alterativa provocaria caos e nova onda de refugiados africanos na Europa.
Os EUA, enquanto reconhecem os interesses da França em sua ex-colônia, tem pressionado o governo argelino a dividir o poder com os muçulmanos moderados.
Washington vê a Argélia como campo de teste para uma política mais receptiva a movimentos políticos de inspiração islâmica no Terceiro Mundo, numa aparente tentativa de aplicar as lições da revolução iraniana de 1979.
O Departamento de Estado irritou Paris e Argel no mês passado, ao receber em Washington Hocine Ait Ahmed, líder da Frente de Forças Socialistas, principal partido democrático da oposição argelina.
Com mais de 1 milhão de imigrantes argelinos, a França, que tem eleições presidenciais marcadas para maio de 1995, quer evitar que a crise na Argélia transforme-se também num problema político doméstico.

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