São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
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INTERNET

Uma rede planetária sem centro e sem fronteiras

DA REDAÇÃO

A Internet nasceu como solução para um problema de estratégia militar, nos anos 60. A idéia era criar uma rede que não fosse destruída por bombardeios (dos ex-soviéticos, obviamente), e que ligasse pontos estratégicos, como centros de pesquisa e tecnologia. A questão parecia insolúvel. Por melhores que fossem as conexões, se a central fosse destruída, adeus.
Solução: uma rede sem centro. Foi o conceito que surgiu na Rand (centro de pesquisas anti-soviéticas) em 64. Ela funcionaria de forma que todos os pontos (nós) teriam o mesmo status, e qualquer computador desligado poderia ser substituído por outro. A informação viajaria em qualquer sentido coms rotas intercambiáveis.
A idéia ficou pulando de mão em mão durante alguns anos, até que, em dezembro de 69, surgiu uma rede de quatro nós, a ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency, que financiou o projeto). Em 72, já eram 37 nós.
Foi aí que começou a subversão na utilização da sofisticada rede. Os cientistas começaram a trocar notícias e mensagens pessoais.
Pouco tempo depois, era criada a "mailing list" (lista de correspondência), até hoje utilizada. Trata-se de uma forma de transmissão em que o mesmo texto é repassado para uma série de pessoas. A primeira "list" da Arpanet foi "SF-Lovers" (fãs de ficção científica).
A ARPAnet cresceu nos anos 70, controlada pelo governo. Em 83, parte dela se desdobrou na MILnet, exclusiva dos militares.
A passagem da secreta ARPAnet, privilégio de cientistas e pesquisadores, à anárquica Internet, povoada por estudantes, rebeldes e desocupados, foi simples: a base da ARPAnet era um programa chamado TCP/IP (veja glossário), de domínio público (não é preciso pagar direitos para usá-lo).
Mais e mais computadores começaram a utilizar o TCP/IP. A Nasa criou seu próprio nó, assim como praticamente todas as universidades. Fanáticos por computador, estudantes e ex-hippies em geral viraram fregueses da rede, dando o tom alternativo e caótico.
No Brasil a RNP (Rede Nacional de Pesquisas, criada em 90) coordena o acesso à Internet. Ela está presente em 22 Estados, interligando 350 instituições de ensino.
A rede oferece basicamente quatro serviços: correio, grupos de discussão (veja texto ao lado), execução de programas a longa distância e transferência de programas. A execução de programas a longa distância é possível conectando-se um computador de pequeno porte a um mais poderoso, que "empresta" seus recursos àquele.
O acesso a catálogos de bibliotecas e bases de dados é um dos recursos mais práticos da Internet. Basta digitar uma palavra, para obter tudo o que há em uma biblioteca sobre um assunto.
Quem paga? Os centros de supercomputadores transferem os dados. Cada um mantém a sua área, o que torna a Internet muito barata para o usuário final.

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