São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 1994
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Empresários de SP querem juro menor

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O Fórum Empresarial paulista vai a Brasília, dentro de dez dias, pedir ao ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, a queda dos juros e diminuição dos impostos cobrados do setor produtivo.
O objetivo é criar condições para a queda dos preços e, a médio prazo, preparar o terreno para a retomada do crescimento.
A decisão foi tomada ontem em reunião do Fórum Empresarial na Federação de Comércio do Estado de São Paulo (FCESP). Integram a campanha, as associações empresariais da agricultura, indústria, comércio, e serviços de São Paulo.
Os empresários acham que o plano vai bem, mas temem que o excesso de tributos e o juro "inviável" provoquem recessão e desemprego.
Abram Szajman, presidente da FCESP, disse que a campanha quer a extinção do IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentações Financeiras), a redução das alíquotas e o alongamento dos prazos de recolhimento dos impostos.
"A partir da diminuição de alíquotas e da carga tributária, os empresários vão poder produzir mais, gerar mais empregos e vender mais barato."
Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), disse que os empresários defendem a antecipação das reformas estruturais que não dependem da revisão da Constituição.
O tributarista Ives Gandra da Silva Martins, presidente do Conselho de Estudos Jurídicos da FCESP, defendeu o uso da legislação ordinária para se buscar meios e condições mínimas imediatas que reduzam o volume de exigências, controles e tributação excessiva que gravam toda extensão da cadeia produtiva.
Paulo Cunha, do grupo Ultra, disse que algumas medidas tributárias de curto prazo podem ajudar o processo de estabilização, permitindo, simultaneamente, o aumento da arrecadação de impostos.
Ele citou como exemplo o acordo setorial na indústria automobilística, que, através da redução do ICMS, incentivou o emprego, a produção e aumentou a arrecadação fiscal.
Cunha defendeu ainda a redução "mais rápida" dos juros, dizendo que o juro elevado acaba "contaminando" até mesmo os programas de financiamento do BNDES.

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