São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 1994
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Sob pressão

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo surgiu ontem nas televisões e rádios, entre elas, Globo e CBN, para dizer que recebeu um telefonema do presidente da Federação Paulista de Futebol –que, por sua vez, afirmou ter recebido ligação do presidente da Confederação Brasileira de Futebol– marcando uma visita da seleção para o dia 29.
O próprio governador disse que seria preciso esperar para ter certeza. Em se tratando de Eduardo José Farah e Ricardo Teixeira, todo cuidado é pouco. Mas está aí, ao que parece, a desistência dos cartolas da CBF de excluir São Paulo do Brasil, sob pressão de todo lado. Para muita coisa, no entanto, talvez dia 29 seja tarde demais.
Bastava ouvir o que falaram televisões e rádios nos últimos dois dias. Ontem, sobrou até para o chefe da delegação, Mustafá Contursi, o presidente do Palmeiras, cuja participação foi descrita como "ridícula". Ricardo Teixeira ganhou títulos ainda mais fortes, não faltando insinuações de palavrão.
O estrago está feito. Ainda ontem, o prefeito de São Paulo aparecia na televisão dizendo que pretende apoiar o projeto de um vereador, que ligou para ele para anunciar sua idéia de proclamar Ricardo Teixeira "persona non grata" na cidade. Até os jogadores citados como paulistas na seleção disseram estar muito "chateados".
Não faltou quem afirmasse, ontem na Gazeta, que houve uma secessão entre os próprios jogadores paulistas e cariocas. Os primeiros teriam proposto que a viagem continuasse até São Paulo, sem convencer os segundos. Daí os paulistas não terem comemorado no Rio.
Nas agências
Depois do Papa-Tudo, chega agora a "Revista do Faustão". O apresentador apareceu ontem na Globo dizendo que o jogo vai continuar. "É só comprar sua 'Revista do Faustão' nas agências dos Correios."
Nos Correios, mais uma vez. Deveriam logo privatizar os Correios ou, quem sabe, todo o Ministério das Comunicações. Afinal, ele já atua mesmo como parte das Organizações Globo. Só falta a formalização.
25 litros
É o de sempre. Ontem, no Aqui Agora, disseram que Lula "precisa emagrecer 25 litros", não 25 quilos. Foi uma forma de afirmar, outra vez, que o candidato bebe demais.
Quem fez a ironia foi Nelson Rubens. Para evitar qualquer problema, ele tratou de dizer que a observação é de outrem, não dele. E riu à solta.

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