São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ginecologista é morta por se negar a atender ex-presidiário

ADELSON BARBOSA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

A ginecologista Maria Emília Fernandes Vieira, 41, foi assassinada na manhã de ontem em uma sala do posto de assistência médica do Inamps, no bairro do Jaguaribe, em João Pessoa (PB).
O ex-presidiário Severino Honorato da Silva, 43, está sendo acusado pelo crime. Segundo depoimento de testemunhas à polícia, Silva teria procurado Maria Emília para pedir remédios.
Ela teria dito que não tinha os medicamentos pedidos e que, por ser ginecologista, não poderia atendê-lo.
Os dois discutiram. Silva pegou uma faca que levava na cintura e cortou o pescoço da médica, segundo a versão de testemunhas.
Silva saiu correndo com a faca na mão e levou um tiro disparado por um vigilante. Pacientes e funcionários do posto tentaram linchar o ex-presidiário, mas foram impedidos pelos médicos.
Silva foi bastante espancado. Depois de medicado em um hospital, foi preso.
Segundo a polícia, Silva é doente mental. Com ele, foi encontrado um atestado de insanidade. Ele deve ser levado hoje para a penitenciária do Róger, em João Pessoa.
A ginecologista será enterrada hoje.
A direção do posto suspendeu o atendimento até segunda. O marido de Maria Emília, o médico Carlos Alberto Vieira, foi internado no hospital Prontocor em estado de choque.
Vieira estava no posto de assistência quando soube do assassinato da mulher. Ele atendia em uma sala próxima. Segundo os médicos do posto, ela teve a veia jugular cortada e perdeu muito sangue.
Em depoimento à polícia, Silva disse não se lembrar do que aconteceu. Ele afirmou que chegou a discutir com a médica, mas não lembra de tê-la esfaqueado.

Texto Anterior: Presos 3 acusados de sequestrar fazendeiro
Próximo Texto: Brasileiros são 'barrados' pela polícia mexicana
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.