São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 1994 |
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Jornal da Argentina mentiu, diz líder árabe
MARCO CHIARETTI
Ele afirmou que é "mentirosa" a versão do jornal argentino "Clarín" de que o grupo palestino Hizbollah tem bases em Foz do Iguaçu e Ciudad del Este (Paraguai). O "Clarín" publicou reportagem não-assinada anteontem onde aparecem "fontes" não identificadas de um dos órgãos de inteligência argentina falando em bases terroristas e na falta de auxílio por parte das autoridades brasileiras nas investigações sobre o atentado. Segundo o jornal –que cita, sem dar nomes, agentes secretos argentinos–, os terroristas movimentariam recursos da ordem de US$ 4,5 bilhões –o suficiente para construir um submarino nuclear com mísseis balísticos. Segundo Barakat, a comunidade árabe que vive na fronteira entre os dois países está "longe da luta". Ele recordou o atentado à embaixada de Israel em Buenos Aires, em 1992, também atribuído a árabes. "Mas depois foi provado que eles tinham um depósito de armamentos na embaixada." Segundo ele, em 1992 pessoas da comunidade árabe em Ciudad del Este foram levadas até Assunção e interrogadas pelo Mossad (serviço secreto israelense). Fontes da embaixada brasileira em Buenos Aires afirmaram à Folha que não houve contatos oficiais entre os dois governos sobre uma eventual base do Hizbollah no sul do Brasil. O repórter Jorge Greco, do "Clarín", disse à Folha que as informações do jornal "são hipóteses que há algum tempo circulam entre os escritórios dos serviços de inteligência militar argentinos". A hipótese das bases palestinas no sul do Brasil também circulou pelos serviços de inteligência de Buenos Aires após a explosão que destruiu a embaixada israelense em março de 1992. Em Uruguaiana (RS), a Sociedade Árabe-Palestino-Brasileira tem a cópia de um vídeo em que o iraquiano Adnan Mohamed Yousis aparece festejando o tetracampeonato brasileiro no último domingo. Yousis foi preso pela polícia argentina anteontem em Paso de los Libres, na fronteira com Uruguaiana, como suspeito do atentado. Um dos diretores da sociedade, o palestino Ali Hasan, disse por telefone à Agência Folha que a entidade recebeu a fita de amigos de Yousis. O iraquiano vive clandestinamente em Uruguaiana e foi preso com passaporte vencido. Segundo Hasan, uma emissora de TV e um jornal argentinos solicitaram a fita. O delegado da Polícia Federal em Porto Alegre, Rivadávia da Rosa, afirmou que o iraquiano trabalha há oito meses como camelô e mora num apartamento no centro de Uruguaiana. Texto Anterior: Psicólogos trabalham com parentes; Origem árabe gera suspeita a priori; Bolsa twem ameaça de bomba e cai 3%; Chefe de polícia escapou da explosão; Polícia detona falsa bomba em hospital; Centro da cidade volta à rotina; Vitrine com armas chama atenção; Moradores e lojistas retiram bens da área; Farmácias fecham na hora da explosão Próximo Texto: Avião explode no Panamá e mata os 21 ocupantes, a maioria judeus Índice |
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