São Paulo, domingo, 24 de julho de 1994 |
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Veto a convidados atrapalha presidenciáveis
CLÁUDIA TREVISAN; AUGUSTO PESTANA; GABRIELA WOLTHERS
Pelo menos quatro candidatos pretendiam levar convidados para entrevistas durante os programas de TV: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Esperidião Amin (PPR) e Flávio Rocha (PL). FHC planejava fazer um programa jornalístico. O partido pretendia convidar a jornalista Mônica Waldvogel para atuar como âncora do horário eleitoral tucano. Ela apresentaria o programa e coordenaria debates entre o candidato e convidados. Desafio tucano Os publicitários que trabalham para Fernando Henrique enfrentam agora o desafio de ocupar os 7min43s a que o candidato tem direito sem cansar o eleitor. O tucano tenta minimizar as dificuldades. "Tempo muito grande não é uma coisa fácil de ser utilizada na TV, mas sete minutos passam depressa", diz FHC. Para se ter a idéia do que representam 7min43s na TV, um bloco de telejornal dura geralmente entre 3min e 5min. O formato de "talk show" seria um dos pontos altos da campanha de Lula. O candidato receberia especialistas para discutir pontos de seu programa de governo. As entrevistas também teriam a função de resgatar as experiências das Caravanas da Cidadania. Sem poder mostrar as imagens das viagens no vídeo, o PT contava com os "talk shows" para fazer a ligação entre o programa de governo e as caravanas. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) definiu que as únicas pessoas que poderão aparecer nos programas são os próprios candidatos. Segundo o tribunal, não poderá haver convidados, nem mesmo candidatos a outros cargos. Quanto a gravações externas, montagens e trucagens, sua utilização já era proibida pela lei 8.713, que regula as eleições deste ano. Segundo o TSE, isso implica a proibição do uso de computação gráfica, slides e animações. O pouco tempo de Lula (3min26s) é visto agora como ponto positivo por seus aliados. "Temos certeza que temos o candidato certo para o tempo ideal", afirma Marcos Sokol, secretário de comunicação do PT. Falta determinar o formato de quase todos os programas, mas a concepção geral já está definida. Estrela do PT O de FHC terá um tom otimista. O programa vai aproveitar a boa receptividade do Plano Real e a euforia com a vitória do Brasil na Copa do Mundo. As prováveis cores do cenário do candidato da coligação PSDB, PTB e PFL são verde, amarelo e azul. Lula vai se concentrar em seu programa de governo. A escolha das cores, segundo Sokol, obedecerá a um critério estético. "O cenário não será vermelho e branco", diz. Mas a estrela que simboliza a campanha petista deverá estar presente no cenário. Flávio Rocha tentará usar uma brecha da lei ainda não analisada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para dar um toque de humor a seu programa. O publicitário responsável por sua campanha, Hiram Pessoa de Melo, quer usar bonecos para defender a criação do imposto único, principal bandeira do candidato. O problema é que o artifício pode ser vetado quando o TSE for consultado sobre o assunto. Colaboraram AUGUSTO PESTANA, da Redação, e GABRIELA WOLTHERS, da Sucursal de Brasília Texto Anterior: No Rio, 'extrema-direita' decide fazer'cruzada cívica' Próximo Texto: Programas estão atrasados Índice |
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