São Paulo, domingo, 24 de julho de 1994
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Fique atento à seguradora

Fazer seguro, hoje em dia, exige mais que uma pesquisa de preços e a escolha da apólice mais barata. É preciso, também, verificar a solidez financeira da seguradora.
Vários corretores consultados pela Folha afirmam que o setor enfrenta uma crise séria. Segundo Antonio Penteado Mendonça, consultor de seguros, entre 10 e 12 empresas já estão deixando de pagar as indenizações.
Por isso, Mendonça aconselha só fazer seguro através de um corretor. Ele também é responsável pelo produto de vende.
Além disso, peça ao corretor quatro dados do último balanço da seguradora: faturamento, custo administrativo, custo comercial e custo dos sinistros.
Depois, some os três custos. Se o valor for superior ao do faturamento, a empresa teve prejuízo operacional. Caso este prejuízo supere em 8% o faturamento, procure outra empresa, diz Mendonça.
Dos setores nos quais as seguradoras operam, o maior prejuízo vem da carteira de automóveis.
Segundo o consultor, até o final de 93 as empresas baixaram o preço das apólices, para enfrentar a concorrência. Já os índices de sinistralidade (principalmente roubos) cresceram muito este ano.
Mendonça diz que, no primeiro semestre, foram roubados 56 mil carros na cidade de São Paulo, 30% a mais que as ocorrências registradas durante todo o ano de 93.
"São 311 carros roubados por dia, 12 por hora ou um carro a cada 3 minutos e 30 segundos. No ano passado, a proporção era de um carro a cada 4 minutos e 30 segundos", diz o consultor.
Além disso, houve grande alta dos preços das peças e do custo da mão-de-obra das oficinas.
O resultado é que, nos primeiros seis meses do ano, o preço das apólices já triplicou, em relação aos valores praticados em 93. "Mas, com esses índices de sinistralidade, os novos preços não vão resolver os problemas das seguradoras", diz Mendonça.

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