São Paulo, domingo, 24 de julho de 1994 |
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São Paulo tem 1 milhão de m² vazios
TELMA FIGUEIREDO
"Atualmente os conjuntos comerciais desocupados, disponíveis para locação, somam cerca de 1 milhão de m2 na cidade", diz Hubert Gebara, 58. Gebara é membro do Conselho Superior da Fenadi (Federação Nacional do Mercado Imobiliário) e proprietário da Hubert Imóveis –que administra 1.500 locações, 600 delas de imóveis comerciais. Para se ter um idéia do que representa essa desocupação, pode-se dizer que é equivalente a 20 vezes a área do edifício Itália –prédio da região central com aproximadamente 50 mil m2 de área. A crise no mercado de locação atinge as principais corredores comerciais de São Paulo. Pode ser verificada tanto na região central da cidade, como nos Jardins e nas avenidas Paulista, Faria Lima e Engenheiro Luís Carlos Berrini. Gebara afirma que a instabilidade econômica do país obrigou muitas empresas a diminuir o espaço de seus escritórios. "A informatização dos escritórios também colaborou na redução das áreas ocupadas. Em alguns tipos de empresas, ela restringiu o número de funcionários.", diz. Segundo Gebara, ainda há os casos de profissionais liberais que antes alugavam salas e que passaram a trabalhar em suas casas. Vendas A situação do mercado de venda de escritórios não é menos crítica que a enfrentada pelo setor de locação comercial. Percorrendo locais como a av. Paulista pode-se avistar prédios inteiros à venda. A situação empurra os preços para baixo. Gebara acredita que os valores em dólar para locação e venda estão cerca de 30% menores em relação ao patamar praticado até dois anos atrás. O consultor imobiliário Lincoln Jorge Marques, 37, diz que atualmente a oferta para venda também é excessiva. Sobre os preços, Marques afirma que realmente estão mais baixos se comparados com a época pré-Collor. "A dificuldade para viabilizar a venda é acentuada especialmente nos prédios que têm grandes lajes, com áreas que chegam a 1.000 m2 por andar", diz. Marques afirma que a crise foi sentida em praticamente todos os principais corredores comerciais da cidade. Segundo ele, o mesmo não acontece com os poucos prédios comerciais situados nos bairros. "Nesses locais a oferta é baixa e quase sempre há demanda de empresas locais para ocupar conjuntos comerciais", afirma Marques. Racionalização Seguindo essa tendência de adaptação à crise do setor, os novos projetos de prédios comerciais de São Paulo já prevêem as instalações necessárias para atender à realidade de informatização dos escritórios. A afirmação é do arquiteto Jayme Spinola, 36, coordenador de cursos sobre edifícios inteligentes do Instituto de Engenharia. "Hoje há recursos que permitem racionalizar espaços e aumentar as condições de conforto, segurança e economia de energia nas edificações", afirma o arquiteto Spinola é um dos criadores, a pedido da Folha, de solução para pequeno escritório com capacidade para até dez pessoas (veja planta acima). Segundo ele, a idéia pode ser aplicada a vários tipos de empresas. (TF) Texto Anterior: Exportadora 'transforma' três em um Índice |
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