São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 1994
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Divisão da igreja é tradicional

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O apoio da hierarquia e dos leigos da Igreja Católica aos candidatos Lula (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) acompanha as divisões ideológicas tradicionais da instituição.
Enquanto a maior parte dos bispos vem sinalizando apoio ao tucano, as bases atuam fortemente na defesa de Lula.
Nas Comunidades Eclesiais de Base da periferia de São Paulo, por exemplo, está circulando a cartilha "Por que eleger Lula presidente da República", de autoria do dominicano Carlos Alberto Libânio Christo, o frei Betto.
Em algumas CEBs, o nome de Fernando Henrique foi defendido como opção a Lula, principalmente depois que seu programa provisório incluiu a defesa do aborto e do casamento homossexual.
Para reverter a situação, Lula retirou os tópicos de seu programa. Em outra frente, os militantes petistas da igreja intensificaram as críticas à coligação entre o PSDB e o PFL, enfraquecendo ainda mais a posição pró-Fernando Henrique.
Além de frei Betto, Lula recebeu o apoio explícito de outro líder das CEBs: o bispo d. Pedro Casaldáliga, de São Félix do Araguaia (MT).
Na hierarquia, Fernando Henrique já conseguiu o apoio do cardeal arcebispo de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns. Em fevereiro deste ano, ele sinalizou este apoio em entrevista à Folha.
Nos últimos meses, o cardeal não tocou mais no assunto. Segundo assessores próximos a Arns, sua posição foi abalada com o acordo dos tucanos com o PFL.
A coligação também foi criticada por d. Luciano, que depois recuou.

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