São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 1994 |
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Petista compara Real à situação na Argentina
AMÉRICO MARTINS
Na avaliação dele, a Argentina "está quebrando" e o programa econômico do governo federal vai reproduzir esse efeito no Brasil. Lula disse que, com a dolarização, a economia argentina passou a sofrer uma defasagem cambial que forçou vários empresários a fecharem suas fábricas, provocou um arrocho salarial e um aumento nos preços. O petista disse acreditar que o Plano Real vai gerar os mesmo efeitos e fez nova comparação. Para Lula, a população não aguentaria esses efeitos e "o povo ficará como em Cuba, olhando prateleiras, sem poder comprar nada". As afirmações de Lula foram feitas a empresários do setor de transporte de cargas, durante o 3º Congresso Paulista de Transporte Rodoviário de Carga. Ele fez uma defesa da atuação do Estado na economia. Segundo ele, um eventual governo do PT "não vai fazer disso aqui a casa de Irene, como fez o (presidente Carlos) Menem, na Argentina". Ele disse aos empresários que não queria ideologizar o debate, mas afirmou que é contra processos de privatização como o da Embraer. O candidato também fez críticas ao governo norte-americano, afirmando que os Estados Unidos não têm "nenhum interesse que o Brasil tenha hegemonia na América do Sul". Ele se referia à integração do país com os seus vizinhos. No final do encontro, o presidente da Federação das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de São Paulo, Adalberto Panzan, elogiou a escolha do deputado federal Aloizio Mercadante (PT-SP) para ser o candidato a vice de Lula. Panzan afirmou que "ficaria na dúvida com aquele outro nome", referindo-se ao senador José Paulo Bisol (PSB-RS). Com Bisol, "não estava bem", disse Panzan. Texto Anterior: Economista combate "radicais" do partido Próximo Texto: 'Frente precisa ajustar discurso' Índice |
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