São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 1994 |
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Troca do vice foi definida na semana passada
CARLOS EDUARDO ALVES
Um dia antes, Aloizio Mercadante, um dos coordenadores, abandonara o cuidado com que tratava o assunto em declarações públicas ao dizer que Bisol cometera "erros políticos graves". Lula ainda fazia o jogo de cena da defesa pública de Bisol, mas já se impressionava com o clima de constrangimento entre os militantes quando o assunto era Bisol. O senador gaúcho já assegurara a Lula que não seria obstáculo à mudança na chapa presidencial. A questão era ganhar tempo para chegar ao nome do novo vice e, só então, anunciar o ungido. A primeira etapa seria convencer o PSB a abrir mão da vaga na chapa. A tarefa não foi difícil. Em reunião na casa de Lula, na sexta-feira, Miguel Arraes (presidente do PSB) aceitou a saída de Bisol. Arraes sugeriu como opções o advogado Evandro Lins e Silva, que recusou a indicação, e Célio de Castro, vice-prefeito de Belo Horizonte, descartado pelo PT por pouco acrescentar eleitoralmente. Arraes admitiu aceitar um petista. No fim-de-semana, Lula começou a pensar em Mercadante. Crescera o movimento para fazer de Eduardo Suplicy (PT-SP) a saída e Lula temia por esse desfecho. Na avaliação do candidato, Suplicy tinha na impulsividade uma marca que poderia causar problemas à campanha. Na segunda-feira, Lula comunicou a Rui Falcão e Luiz Eduardo Greenhalgh sua opção por Mercadante. Além de querer marcar a chapa com uma pessoa de inteira identidade política, Lula avalia que o deputado é imune a acusações éticas e apto a enfrentar os debates sobre o Real, que imagina ser o fator decisivo da eleição. (CEA) Texto Anterior: Lula assume direção da campanha e do PT Próximo Texto: Economista combate "radicais" do partido Índice |
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