São Paulo, sexta-feira, 29 de julho de 1994
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Grupo vistoriou 50 hospitais

LUIS HENRIQUE AMARAL; MARIA CRISTINA NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCALE FREE-LANCE PARA A FOLHA

João Marcolan fez as vistorias que identificaram fraudes e maus- tratos em manicômios como membro do GAPH (Grupo de Avaliação das Portarias Psquiátricas do Ministério da Saúde).
O grupo foi criado há dois anos e já vistoriou cerca de 50 hospitais psiquiátricos.
Marcolan denunciou que a clínica La Ravardière, em São Luís (MA), recebeu cerca de US$ 1 milhão do governo federal para o pagamento pela internação de pacientes "fantasmas" entre 92 e 93.
Também denunciou que os pacientes ficavam amarrados nas camas, em um prédio que "corre risco" iminente de incêndio.
Na vistoria ao Instituto de Psiquiatria do Ceará, Marcolan verificou que o Ministério da Saúde paga por 8 mil consultas psiquiátricas por mês. O hospital mantém apenas dois médicos psiquiátricos, o que inviabilizaria esse número de atendimentos.
Marcolan caracterizou a Clínica São Miguel, em Luziânia (GO), como "um campo de concentração ou um local para criação de animais" em seu relatório. Ela foi descredenciada pelo Ministério da Saúde e fechou suas portas.
No Hospital Psiquiátrico São Pedro, de Porto Alegre (RS), foram encontrados pacientes, pagos pelo governo federal, sem assistência.

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