São Paulo, sexta-feira, 29 de julho de 1994
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Polícia prende italiano acusado de corrupção

ULISSES DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE

A Polícia Federal prendeu ontem em Presidente Prudente (558 km a oeste de São Paulo) o italiano Vicenzo Cultrera, 70.
Ele é acusado pela Interpol (Polícia Internacional) de Milão de ser um dos 2.500 empresários e políticos investigados por corrupção pela Justiça italiana, na chamada Operação Mãos Limpas.
Cultrera teve a prisão preventiva decretada anteontem pelo ministro Sepúlveda Pertence, do Supremo Tribunal Federal. Sua extradição também foi pedida.
O delegado Roberto Gurgel, da PF de Presidente Prudente, disse que Cultrera estava sendo vigiado havia 20 dias, quando se hospedou no hotel Aruá, no centro.
Gurgel afirmou que Cultrera entrou no Brasil em 1988, pelo Paraguai. Ele tirou documentos brasileiros em nome de Vicenzo Gultmann, em Planaltina (GO).
Em 1990, segundo a polícia, o italiano obteve um passaporte brasileiro e viajou para países como a França, Alemanha, Venezuela e República Dominicana.
Segundo a polícia, Cultrera era empresário da construção civil na Itália. Em entrevista à Agência Folha, Cultrera afirmou que era banqueiro.
Segundo o delegado, Vicenzo instalou em 91 uma indústria, a Tradinco, em Presidente Prudente.
Segundo Cultrera, a indústria produz vacinas para bovinos, que eram exportadas para a Europa.
A Interpol informou à polícia brasileira que Cultrera exerce o cargo de vice-presidente do Biolaboratório Del Caribe, empresa instalada em São Domingos, na República Dominicana.
A polícia suspeita que a empresa seja usada para lavagem de dinheiro ilegal.
Cultrera disse que chegou ao Brasil em 1988 e que não quer ser extraditado para a Itália.
O italiano afirmou ainda que deixou mulher na Itália.
O delegado disse que o italiano ficará na sede da PF, em São Paulo, enquanto o STF julga o pedido de extradição.

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