São Paulo, sexta-feira, 29 de julho de 1994
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Produção da indústria paulista cai 2,1%

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria paulista teve queda de 2,1% no nível de atividades (INA) em junho, relativamente ao mês anterior, embora tenha crescido 1,1% em relação a junho de 93.
Os dados foram divulgados ontem pela Fiesp (Federacão das Indústrias do Estado de São Paulo).
Segundo Mario Bernardini, titular do Departamento de Economia da entidade, a queda era previsível "pela expectativa com o real e pela Copa do Mundo, que afetou as vendas no comércio".
Bernardini prevê que o INA, em julho, vai ficar no patamar de junho, devido à necessidade de um período de adaptação dos agentes econômicos à nova moeda.
As vendas reais da indústria registraram em junho retração de 2,9% em relação a maio e de 0,6% em relação ao mesmo mês de 93.
As horas trabalhadas na produção também caíram 3,1% em relação ao mesmo mês de 93 e 1,2% na comparação com maio.
Bernardini disse que a reversão da tendência declinante do INA e das vendas depende da redução da taxa de juros. "Senão, vamos que ter que passar para os preços".
Ele defendeu a redução dos juros porque "interessa a todos". "Ao setor produtivo, porque juros são custos; ao governo, porque juro alto cria um ambiente recessivo em um ano eleitoral".
Ele disse que a indústria gostaria de ver até o final de agosto juros de 2% ao mês, nível "compatível com preços estáveis".
Para Bernardini, esse nível é a necessidade da indústria, para que "os preços não sejam contaminados com o aumento de juros".
Com relação aos setores industriais, os dados da Fiesp mostram que os líderes na expansão das vendas reais foram: material elétrico e de comunicações (42,4%), mecânica (26,%) e material de transporte (15,3%).
Os setores de química (-19,2%) e têxtil (-16,5%) resgistraram as maiores retrações.

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