São Paulo, sábado, 30 de julho de 1994
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Fazenda espera redução de preços em setembro

SÔNIA MOSSRI
ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES

O Ministério da Fazenda avalia que poderá ocorrer deflação (queda na média dos preços) em setembro, mês que antecede o primeiro turno das eleições presidenciais.
O governo também vai adotar regras para impedir que as unidades fiscais dos Estados tenham correção maior que a da Ufir (Unidade Fiscal de Referência), fixada pela União.
O ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, disse ontem que enviou ao presidente Itamar Franco proposta de medidas nesse sentido.
"Quem fixa a correção monetária é o governo", avisou. As medidas serão incluídas no novo texto da MP do real, que deve sair hoje no "Diário Oficial da União".
O secretário de Política Econômica, Winston Fritsch, afirmou que existe a possibilidade de deflacão em setembro porque não haverá pressões do vestuário e a entressafra da carne não preocupa.
Ricupero considera que somente a partir de setembro os índices de preços não estarão mais contaminados pelos aumentos praticados em junho, antes da adoção do real.
Ricupero citou projeções de várias economistas, entre eles o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega, de que a inflação de julho seria de zero a 1%, caso não existisse a contaminação pelas remarcações anteriores ao plano.
A equipe econômica já esperava deflacão nos meses seguintes ao Plano Real. A deflação resulta da baixa oferta de moeda em relação à de bens e serviços.
A queda da inflação nos próximos dois meses também será acompanhada da redução nas taxas de juros praticadas pelo Banco Central. O ministro acusou os empresários de obrigar o governo a elevar os juros ao remarcar excessivamente os preços e que acha estar se saindo bem na tarefa de administrar pressões para aumentar gastos e comprometer o equilíbrio das contas públicas.

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