São Paulo, quinta-feira, 4 de agosto de 1994 |
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Marido confessa assassinato de grávida
LUIS HENRIQUE AMARAL
O crime aconteceu na terça-feira da semana passada, às 5h45, no quilômetro 26 da rodovia dos Bandeirantes. Nesse dia, o assassino disse à polícia que sua mulher havia sido morta por assaltantes, que teriam tentado roubar seu Gol. Após atirar na mulher, Martins levou o corpo para o hospital Tide Setúbal (em São Miguel, zona leste de São Paulo). Os médicos constataram que o feto ainda estava vivo, apesar de ter sido ferido em uma das mãos por uma bala. Foi feita uma cesariana, mas a criança não resistiu, morrendo oito horas depois. No enterro de Kelmy, Martins se mostrava nervoso. Disse aos jornalistas que tinha "uma crise de nervos" e estava "sob efeito de calmantes". Ontem, na delegacia, ele chegou a sorrir e fazer poses para os fotógrafos enquanto arrava o crime. Usando um terno cinza bem cortado e sapato de couro fino, Martins disse que matou a mulher em legítima defesa. "Ela apanhou minha arma, que estava ao lado do meu banco, e tentou me acertar. Eu a desarmei e, brigando, atirei nela", disse. O motivo da briga seria ciúmes. Martins tem uma amante, com quem tem um filho de 1 ano, e estaria tentando se separar de Kelmy para ficar com a outra. Kelmy, segundo ele, não aceitava a separação e as brigas eram constantes. Segundo Martins, ele andava armado com um revólver calibre 32 porque era investigador autônomo de fraudes contra seguradoras. Segundo o delegado titular do 22º DP (São Miguel), Hélio Tavares, Martins confessou o crime durante depoimento que começou ontem às 13h. O assassino foi à delegacia sozinho para seu terceiro depoimento no caso. "Ele caiu em diversas contradições e acabou confessando", disse Tavares. O delegado disse que as suspeitas contra Martins começaram no dia do crime. "Ele disse que sua mulher começou a gritar durante o assalto e os bandidos teriam atirado nela, mas ele mede 1,90 m e pesa quase 200 quilos, normalmente o bandido atiraria nele", disse. Texto Anterior: Leitora faz reclamação à Cohab Próximo Texto: 'Ela era nervosa e me agredia sempre' Índice |
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