São Paulo, quinta-feira, 4 de agosto de 1994
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Argentina investiga adido iraniano

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um funcionário da embaixada iraniana admitiu ter visitado lojas de carros de Buenos Aires a procura de uma caminhonete Renault.
Um veículo desse modelo foi usado na ataque a uma entidade judaica argentina em 18 de julho.
Serviços de informação no país mencionaram o adido cultural iraniano, Moshen Rabbani, como suspeito de participação no atentado que deixou 96 mortos.
Rabbani negou qualquer vinculação com a explosão diante do prédio que abriga a sede da Amia (Associação Mutual Israelita Argentina) e da Daia (Delegação das Associações Israelitas Argentinas).
A edição de ontem do jornal "Clarín" noticiou que um vendedor de automóveis reconheceu Rabbani na rua Juan B. Justo, que fica no bairro de Liniares.
"Eu sempre caminho pela rua Juan B. Justo, acredito que você também caminhe e faça perguntas e isso não significa nada", disse Rabbani durante entrevista a uma rádio da capital argentina.
Desde o atentado do último dia 18, o governo argentino tem tentado vinculá-lo a grupos estrangeiros. Por duas vezes, a chancelaria convocou o embaixador iraniano para dar explicações.
"Se ficar provado que diplomatas iranianos estão envolvidos com atividades terroristas, então teremos de repensar nossas relações com o Irã", disse ontem o chanceler Guido Di Tella.
Representantes da comunidade judaica dizem que o ataque teve apoio de argentinos.
Autoridades libanesas informaram ter detido "um cidadão árabe que estaria vinculado com o atentado em Buenos Aires".
Dissidentes palestinos prenderam no sul do Líbano três suspeitos de divulgar um comunicado assumindo a responsabilidade pelo atentado em nome do Ansarallah.
O grupo Treze de Setembro Negro, liderado pelo coronel Munir Makdah, rompeu com Iasser Arafat por opor-se ao plano de paz com Israel.
Makdah informou à agência UPI estar interrogando os detidos no quartel-general do grupo, no campo de refugiados de Ein el Heuleh, perto de Sidon.
Segundo Makdah, os três carregavam comunicado do Ansarallah do dia 22 de julho assumindo a autoria do atentado em Buenos Aires.
Makdah negou-se a divulgar a identidade dos detidos, mas afirmou que eles pertencem ao grupo Al Fatah, de Arafat. "Estamos interrogando-os para checar se eles distribuíram o comunicado no sul do Líbano".
O Ansarallah, pequeno grupo palestino liderado pelo radical Jamal Suleiman, negou qualquer vinculação com o atentado.

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