São Paulo, quinta-feira, 4 de agosto de 1994 |
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'É preciso muita coragem para sair de casa'
SIMONE GALIB
"Nos EUA, pego um ônibus sem medo. Aqui, tem que se ter uma grande coragem para sair de casa com uma cadeira de rodas. Há barreiras por todos os lados e pessoas despreparadas para lidar com a situação", diz Edison Luís Passafaro, 33, presidente do Centro de Vida Independente (CVI), mergulhador e empresário. Passafaro, que se movimenta em uma cadeira de rodas há 14 anos (sofreu um acidente em 80), diz que começou a viajar em 1981. Já foi aos EUA, Europa e mergulhou nas ilhas Fiji, no Pacífico Sul, com Jacques Cousteau. Na Europa passou três meses "de cadeira de rodas e mochila nas costas", diz. "A partir daí, criei mais coragem aqui." A empresária Laís Resé, 23, que perdeu o movimento das pernas aos 17 anos quando quebrou a cervical num acidente, também adora viajar. Mas sempre vai ao exterior. "Sinto vontade de conhecer o Nordeste e não posso. Há hotéis no Brasil que não têm nem elevador", afirma. Laís, que já chegou a passar três horas dentro de um avião em Goiânia (GO) porque "não tinha quem me desembarcasse", diz ter se sentido "uma rainha na Disney". Todas as atrações têm acesso. (SGa) Texto Anterior: É precária estrutura para viagens no país Próximo Texto: São dois pesos e duas medidas Índice |
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