São Paulo, sexta-feira, 5 de agosto de 1994
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Maciel será articulador político

DENISE MADUEÑO ; GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O candidato a vice-presidente na chapa de Fernando Henrique Cardoso, Marco Maciel, já tem uma tarefa especial a cumprir: preparar a formação de uma base política no Congresso Nacional para a sustentação de um eventual governo FHC.
Ontem, o nome de Maciel foi homologado pelas Executivas do PFL e do PSDB. O trabalho de articulação pode levar o senador, futuramente, a se transformar no coordenador político do governo.
Maciel quer atrair partidos afinados com as propostas de Fernando Henrique Cardos para garantir a aprovação, no Congresso, dos programas do possível governo FHC.
Para Maciel, essa é a forma de assegurar a governabilidade do presidente eleito. "Não basta ganhar as eleições. É fundamental uma base parlamentar que permita operacionalizar os programas de governo", afirmou o novo candidato à Vice-Presidência.
O vice de FHC prefere não citar os partidos que têm candidatos à Presidência que poderiam pertencer à base governista no Congresso.
Nesse situação estariam parte do PMDB e o PL. "Nosso interesse é ampliar o arco de apoio político, mas não seria ético nem correto incluir os partidos que têm formalmente seus candidatos à Presidência", afirmou Maciel.
Na reunião da Executiva tucana, Maciel foi o tempo todo elogiado pela habilidade como articulador político.
Para os tucanos, ele tem mais poderes dentro do PFL para entusiasmar o partido em torno da candidatura de FHC.
"Ele é um líder mais conhecido no PFL e deu mais ânimo ao partido no Rio de Janeiro", disse o terceiro vice-presidente do PSDB, Ronaldo Cezar Coelho.
"Maciel entusiasma mais o PFL", repetiu o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), neto do presidente Tancredo Neves.
"Não houve nenhum inconveniente, não afetou em nada", afirmou o senador Mário Covas, candidato do PSDB ao governo de São Paulo.
(Denise Madueño e Gabriela Wolthers)

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