São Paulo, sexta-feira, 5 de agosto de 1994
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Menor acusa garoto de matar diretor do BC

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

O promotor da 2ª Vara da Infância e da Juventude, Márcio Mothé Fernandes, 27, pediu ontem à DPCA (Divisão de Proteção à Criança e ao Adolescente) a detenção de M.B.F., 17, acusado de participar do assassinato do ex-diretor do Banco Central José Carlos Madeira Serrano, 64.
Conhecido como "Ratinho", ele foi acusado por L.M.F., 16, de envolvimento no crime, na madrugada de domingo passado. L.M.F. acusou também outro rapaz conhecido por "Primo".
Detido na terça-feira, L.M.F., apelidado de "Meleca", foi acusado por Cirlei Machado, 22, e Maria da Penha, 20, de ter sido o autor do disparo que matou o economista, em frente ao prédio onde as duas moram, no centro.
Ele confessou ao promotor, anteontem, ter participado do crime, mas disse que foi "Ratinho" o autor do disparo. A polícia não havia prendido o novo acusado até o início da noite de ontem.
A pena máxima para o crime, prevista pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, é de três anos de detenção. O promotor espera a detenção de "Ratinho" para descobrir a identidade de "Primo".
Fernandes disse que "Ratinho" já respondeu a processos por roubo e uso de entorpecentes e que havia fugido de uma unidade de detenção de adolescentes há um mês.
Até ontem, policiais não tinham ainda tomado o depoimento do motorista de táxi Edgard dos Santos Ferreira, considerado pelo promotor como fundamental para checar a versão de L.M.F..
No dia do crime, Ferreira se apresentou na 5ª DP (Delegacia de Polícia, no centro) e disse ter sido rendido por três garotos, que o obrigaram a rodar pela cidade.
Segundo o motorista, que foi liberado sem depoimento, um dos garotos desceu numa rua do centro para roubar o carro de Serrano. Acabou atirando no economista.
O promotor Fernandes disse lamentar a atitude de policiais da 5ª DP, que não tomaram o depoimento do motorista.
O promotor enviou ofício à corregedora da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, pedindo que ela apure as razões do motorista ter sido liberado sem depoimento.
O diretor da Divisão de Proteção da Criança e do Adolescente, Joaquim Cavalcanti, para onde foi transferido o caso, disse que começou a procurar o motorista.
Segundo ele, Ferreira, que é cabo da Marinha, sumiu de sua casa, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

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