São Paulo, sexta-feira, 5 de agosto de 1994
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São Paulo tem mais analfabetos que Uruguai

DA REPORTAGEM LOCAL

O índice de analfabetismo no Estado de São Paulo é quase três vezes maior do que em países da América do Sul como Uruguai e Argentina.
Um relatório feito pelo Banco Mundial em 1990 mostra que 4% e 5%, respectivamente, da população adulta desses países não sabem ler ou escrever.
O censo do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) feito em 91 aponta que, no Estado, 13% das pessoas com mais de 5 anos são analfabetas.
Levando em consideração apenas a população com mais de 15 anos em São Paulo, o índice de analfabetismo cai para 10%, mas continua representando o dobro do índice dos outros países.
São Paulo é um dos Estados com menor porcentagem de analfabetos no país. A média brasileira, segundo o censo, é 20%.
O número do estudo feito pelo Banco Mundial em 90 é quase o mesmo: 19% de analfabetismo adulto no país. Nesse mesmo patamar estão a Turquia (19%) e a República Dominicana (19%).
Mas a porcentagem de brasileiros analfabetos caiu em comparação com o censo de 1980. Nesse ano eles eram 25,5% em média no país e 18% em São Paulo.
O censo considerou alfabetizadas as pessoas que conseguem escrever um bilhete. Quem aprendeu a ler mas já esqueceu, ou sabe apenas assinar o nome, entra para a estatística como analfabeto.
Mulheres
O censo também mostrou que as mulheres de São Paulo estão cada vez mais estão assumindo a chefia da casa.
Elas chefiavam apenas 14% das famílias em 1980. Os números de 91 mostram um crescimento de quase 3%.
Segundo órgãos de defesa da mulher, como o Conselho Estadual de Condição Feminina, as "chefes de família" aumentaram em todas as classes sociais.
Nas classes mais baixas, os motivos seriam desemprego ou abandono do marido, causados principalmente pela crise econômica.

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