São Paulo, sexta-feira, 5 de agosto de 1994
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Pensador se rende às "lôrasburras"

SYLVIA COLOMBO
DA REDAÇÃO

Show: Gabriel, o Pensador
Onde: Olympia (r. Clélia, 1.517, tel. 252-6255)
Quando: dias 5, 6, às 22h, e 7 de agosto, às 19h30
Quanto: R$ 8,00 (pista), R$ 12,00 (setor C) e R$ 15,00 (camarote)
Censura: dias 5 e 6 (16 anos), dia 7 (14 anos)
O rapper carioca Gabriel, o Pensador faz shows de hoje até domingo no Olympia. "Vai ter muito playboy e muita 'lôraburra' na platéia, mas eles vão cantar junto", aposta.
Gabriel reforça que criou os personagens das canções "Lôraburra" e "Retrato de um Playboy" para criticar certos comportamentos e não para fazer discriminação.
"Eu também sou mauricinho, sou classe média, é diferente de ter um comportamento de playboy", diz ele.
Gabriel diz sentir-se incompreendido na polêmica criada em torno destes rótulos. "Cansei de explicar, mas muitas pessoas se sentem ofendidas ainda assim."
Pela primeira vez o cantor vai se apresentar com banda. Até aqui ele cantava apenas com o acompanhamento de DJs. "Agora o show ficou mais espontâneo, não fico preso à execução dos LPs."
Além disso evita-se o problema de a agulha pular, a mesa de som vibrar e outros incidentes que no passado o deixavam em pânico.
"Às vezes eu tinha que adivinhar onde a música estava pois o disco pulava e eu ficava perdido."
No repertório do show estão as músicas de seu primeiro CD e algumas novidades. A música "Não Foi Você" é uma resposta àqueles que o criticaram e também um raio X de sua trajetória.
"Na música eu conto como tudo vem acontecendo e agradeço ao público que fez meu sucesso."
"FDP ao cubo" é outra canção dedicada a criticar padrões sociais. Nela, Gabriel ataca políticos, evangélicos e maus policiais.
"As pessoas estão cansadas de saber das injustiças sociais, minha música é um alerta."
Influenciado por bandas como Ice T e Public Enemy, Gabriel se diz decepcionado com o investimento das gravadoras no rap. "Tenho intercedido por algumas bandas, mas as gravadoras não estão ligando".
Gabriel quer fazer shows no exterior, mas tem medo de não ser compreendido. "Meu forte são as letras, por isso me interesso mais pelo mercado latino do que pelo norte-americano."

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