São Paulo, domingo, 7 de agosto de 1994
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Papai Noel quer ir a Brasília

VINICIUS TORRES FREIRE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os que se dispuserem a acompanhar os programas de TV dos candidatos a deputado poderão notar aspirantes sérios às assembléias estaduais e à Câmara.
Poderão apenas notar, por alguns segundos. E mesmo assim no caso de os eleitores já os conhecerem. O horário gratuito é um desfile alucinado de candidatos de verdade, grotesco horrendo e oportunismo cínico e descarado.
Anúncios de intenções respeitáveis –ninguém consegue explicar nada– se perdem entre candidatos a "cacarecos", o rinoceronte que ganhou centenas de votos nos anos 50 em São Paulo.
O problema é que esses cacarecos são legais, têm registro no TSE e podem conseguir uma cadeira na Assembléia Legislativa ou Câmara dos Deputados.
"Assassino é para ser operado no cérebro. Aprontou, operou. Basta lei nova. Farei isso em Brasília", prometeu o candidato a deputado federal Diaulas Vidigal (PL–SP). Isso mesmo, lobotomia, ou algo assim, a cirurgia bárbara para reduzir doentes mentais à inconsciência.
Papai Noel foi mais singelo. Vestido a caráter –barba branca e gorro vermelho– pediu para chegar à Câmara dos Deputados com a seguinte proposta: "Antecipe o seu Natal. Vote em Papai Noel".

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