São Paulo, domingo, 7 de agosto de 1994 |
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Sexy, inocente e marginal
INÁCIO ARAUJO Hitchcock não mudava. Em "Ladrão de Casaca" existe o tema da transferência de culpa, presente em quase todos os seus filmes: alguém pratica os roubos, mas a culpa cai nas costas de Cary Grant, "o Gato", ladrão arrependido. Enquanto ele tenta provar sua inocência, Hitchcock carrega seu personagem de idéias como a dúvida e a suspeita: seria ele culpado mesmo ou inocente? Uma maneira de desenvolver sua antiga obsessão, segundo a qual ninguém é inocente. Ou antes, que a um pecado original deve corresponder uma culpa muito maior. Mas ao mesmo tempo Hitchcock mudava tudo. Neste filme em que a agilidade felina parece inscrita em tudo, a sensualidade é o reverso do pecado: a inocência em pessoa. (Inácio Araujo)LADRÃO DE CASACA (To Catch a Thief). EUA, 1955, 97 min. Direção: Alfred Hitchcock. Com Cary Grant, Grace Kelly, Charles Vanel. Na Globo. Texto Anterior: O lado selvagem de Truffaut Próximo Texto: Acidente mata Gustavo e Ester; Tia Emília pega caxumba de Zeca Índice |
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