São Paulo, segunda-feira, 8 de agosto de 1994 |
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A VOLTA POR CIMA DOS FLIPERAMAS
GABRIEL BASTOS JUNIOR
Os fliperamas voltaram a ser um ponto de encontro da moçada nos fins-de-semana, com direito a "xaveco" e tudo mais. É que as novas casas, além dos jogos, têm brinquedos que dão brindes, máquinas de refrigerante e até lanchonete. Nada daqueles lugares escuros que só os homens frequentavam. Talvez por isso, as vendas no mercado estejam crescendo. Só a Fun Fish, uma das grandes importadoras de jogos de São Paulo, triplicou seu número de encomendas nos últimos seis meses. Nana Kondo, 17, prova que game também é coisa de menina. Ela começou a jogar há pouco tempo e já está meio "viciada" em "Ridge Racer", que imita uma corrida de automóveis. "Não jogo bem, não consigo chegar em primeiro", reclama. Um trunfo para atrair famílias e casais a estes novos fliperamas são as "redemptions" ou "máquinas de ticket". Jogos simples, como tiro ao alvo e bola ao cesto, dão um ticket ao vencedores, que devem trocá-lo por um brinde. No Rio, a Chico Cheese, na Barra da Tijuca, tem uma pizzaria ao lado de cerca de 30 máquinas de jogo –a maioria de "redemption", ponto forte da casa. O lugar tem um apelo familiar: as crianças merecem uma seção de brinquedos infantis. Os pais não resistem ao apelo dos jogos e se divertem a valer. Paula Rojo, 15, moradora de Marília (interior de São Paulo), de férias no Rio, aprovou: "Precisavam abrir um lugar desses por lá". Os jogos mais procurados são o Skee Ball, espécie de boliche, e The Ball, videogame que reproduz um jogo de futebol. Fábio Komatsu, 17, é filho de um dos sócios da "Family World" (shopping Ibirapuera), uma das lojas "família" de Sampa. Ele precisou aprender a jogar vários dos mais de 50 games da casa para ajudar o público, principalmente nos simuladores. Os simuladores são máquinas que imitam o ambiente do jogo. Algumas têm sistemas mecânicos que dão sensação de movimento e os mais modernos já se utilizam de realidade virtual. O bom e velho "pinball" (máquinas de bola) também ganhou em tecnologia: placares digitais, trilha sonora e até cinco bolas ao mesmo tempo. Mas a pedra filosofal continua sendo os jogos de luta.Paulo Hui, 15, é viciado neste tipo de game. Ficava tanto tempo neles no shopping Ibirapuera que acabou se tornando amigo da casa. Resultado: arranjou um emprego na lanchonete da loja. Colaborou a Sucursal do Rio. Texto Anterior: Como montar um grêmio Próximo Texto: Games têm realidade virtual Índice |
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